27/01/2017
A crise econômica diminuiu ainda mais a competitividade brasileira. Em 2016, o país retrocedeu em quatro dos nove fatores que determinam a capacidade de as empresas vencerem os concorrentes no mercado. Na comparação com outros 17 países de economias similares, feita anualmente pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Brasil retrocedeu de 2015 para 2016 nos fatores: disponibilidade e custo da mão de obra; ambiente macroeconômico; competição e escala do mercado doméstico; e tecnologia e inovação.
O ranking mostra que o Brasil caiu da nona posição em 2015 para a 11ª em 2016 no fator tecnologia e inovação, entre 16 países avaliados – uma vez que a pesquisa não obteve informações sobre o Peru e a Índia. De acordo com o levantamento, a perda de duas posições do Brasil nesse segmento é resultado “do pior desempenho do país em pesquisa e desenvolvimento (P&D) e inovação nas empresas”, devido a redução dos investimentos e perda da capacidade de inovar do setor privado.
“O setor privado no Brasil reduziu os gastos em P&D de 0,51% em 2013 para 0,42% em 2014 (ano de referência do ranking 2016)”, afirma o estudo. No mesmo período, observa a CNI, Argentina, Chile e Colômbia também reduziram os gastos, enquanto que as empresas da China, Polônia, Coreia do Sul, Rússia, Turquia e Tailândia aumentaram os investimentos no setor. O primeiro lugar ficou com a Coreia do Sul e, o segundo, com a China.
No subfator Capacidade de Inovação, o país está na penúltima posição, à frente apenas do Peru. Em Gastos de P&D nas empresas, o Brasil é o nono de 16 avaliados, com investimentos que representaram 0,42% do Produto Interno Bruto (PIB). A título de comparação, na Coreia do Sul o esforço realizado pelo setor privado em P&D coloca o país em primeiro lugar no ranking, com gastos que representaram 3,36% do PIB.
Em relação à capacidade das empresas do país de inovar, o Brasil perdeu quatro posições nessa variável, ficando em 13º lugar, devido ao aumento da nota registrado pela maior parte dos países. Já em compra governamental de produtos e tecnologia avançada, ficou na 15ª posição.
Apesar do cenário, o levantamento aponta que o Brasil obteve um melhor posicionamento quando se trata dos esforços do governo no setor. No subfator Apoio governamental, ficou em 10º entre os 17 países, e na variável Despesa total com P&D, ocupou o quinto lugar do ranking. As despesas totais com P&D no Brasil (tanto público quanto privado) representaram 1,24% do PIB, enquanto que na Coreia do Sul, o primeiro do ranking, esse percentual foi de 4,29%.
Outras modalidades
De acordo com o estudo, o Brasil caiu da 5ª posição em 2015 para a 11ª colocação em 2016 no fator disponibilidade e custo da mão de obra. Isso ocorreu especialmente porque, com o aumento do desemprego, a população economicamente ativa diminuiu, pois, desanimadas com a crise, muitas pessoas desistiram de procurar emprego.
No fator ambiente macroeconômico, o Brasil recuou duas posições. Saiu da 15ª colocação em 2015 para a 17º em 2016. O Chile aparece em quarto lugar e é o país latino-americano que tem o melhor ambiente macroeconômico.
O Brasil também perdeu duas posições no fator competição e escala do mercado doméstico. Caiu da 10ª posição em 2015 para a 12º em 2016. O primeiro lugar deste ranking ficou com a China, seguida da Espanha. Conforme o estudo, o recuo do Brasil no fator é resultado do encolhimento do mercado doméstico, porque, com a crise econômica, o consumo diminuiu.
O ranking mostra a posição do Brasil em relação a: África do Sul, Argentina, Austrália, Canadá, Chile, China, Colômbia, Coreia do Sul, Espanha, Índia, Indonésia, México, Peru, Polônia, Rússia, Tailândia e Turquia. Os países são avaliados em nove fatores e 20 subfatores que afetam a eficiência e o desempenho das empresas na conquista de mercados. O Brasil se mantém em penúltimo lugar desde 2012, quando o ranking geral da competitividade começou a ser feito.
Para mais informações, acesse a pesquisa completa aqui.
(Agência ABIPTI, com informações da CNI)