01/06/2018
O ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Jorge de Lima, participou hoje, em São Paulo (SP), das discussões sobre a indústria do futuro no painel sobre a Economia Digital e a Nova Revolução Industrial, durante o Fórum Brasil de Investimentos (BIF na siga em inglês).
“Trabalhamos intensamente no último ano para construir, de forma transparente e participativa, a Agenda Brasileira para a Indústria 4.0, que tivemos a satisfação de lançar aqui em São Paulo, em março último, durante a edição latino-americana do Fórum Econômico Mundial”, explicou. Marcos Jorge informou que a Agenda 4.0 do governo federal prevê ações concretas para apoiar as empresas industriais brasileiras no aproveitamento dos avanços que virão do novo contexto que se projeta.
“Trata-se, essencialmente, de um plano a ser trilhado pelos agentes econômicos, levando em consideração tanto as complexidades impostas pela configuração da indústria nacional – que tem agendas em diferentes níveis de maturidade produtiva – e a necessidade de elaboração de políticas horizontais, com vistas a atender a toda a sociedade, e não apenas alguns poucos players”, afirmou.
Dessa visão, explicou o ministro, deriva um modelo de jornada para a transformação digital que integra a Agenda Brasileira para a Indústria 4.0, composta por dez medidas, por sua vez organizadas de modo a permitir a adoção por cada empresa, conforme seu grau de maturidade. “A nosso ver, a pauta da indústria 4.0 no Brasil deve contemplar, prioritariamente, temas como aumento da produtividade, pesquisa e desenvolvimento, apoio a startups, formação e requalificação de recursos humanos e comércio internacional”, especificou Marcos Jorge.
Também participaram do painel a CEO da IBM para a América Latina, Ana Paula Lima, a CEO da SAP Brasil, Cristina Palmaka, o CEO da GranBio, Bernardo Gradin, e o secretário de Assuntos Internacionais do Ministério do Planejamento, Jorge Arbache. O ministro destacou ainda o importante papel do setor privado das discussões que resultaram no lançamento da Agenda Brasileira para a Indústria 4.0. “O trabalho é resultado de uma ampla discussão com as empresas. Há uma preocupação em diversos nveis até de qualificação de mão de obra, modernização dos nossos parques fabris, para que possamos trazer toda essa modernização da Industria 4.0. Assim, poderemos atingir a indústria como um todo, de forma horizontalizada, permitindo que os empresários possam adquirir essas novas tecnologias”, afirmou.
Ao ser perguntado pelo moderador, o jornalista Jan Piotrowsky, da The Economist, o que o setor privado deveria fazer para se preparar para a nova revoução industrial, o ministro disse que um dos desafios é o ambiente de negócios ser cada vez melhor e mais competitivo. “Do nosso ponto de vista, até pelo nosso contato direto com as empresas, tenho visto muita colaboração. Espero que possamos adensar mais essa parceria, sobretudo quando falamos de melhoria de ambiente de negócios. O presidente Temer tem uma preocupação muito forte em simplificar e desburocratizar as normas para as empresas. No MDIC, já colocamos 51 ações de desburocratização em prática, outras estão em andamento, e estamos implementando o Portal Único de Comércio Exterior, com os 22 intervenientes em uma janela única, para facilitar a vida do exportador e do importador”, disse Marcos Jorge.
Além disso, segundo o ministro, outro desafio para o governo e setor privado é a necessidade de atualização tecnológica e retreinamento de profissionais, visando preservar empregos, aumentar a competitividade, mesmo de indústrias que enfrentarão novas e diferentes estruturas concorrenciais. “Do ponto de vista do governo, a 4ª Revolução Industrial exige, portanto, uma visão ampla. Esta é uma agenda transversal, que envolve economia, produtividade e grandes impactos sociais”, alertou.
(MDIC)