Com o objetivo de identificar as tecnologias aplicadas à indústria de defesa com potencial de difusão no Brasil até 2029, a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), com o apoio do Ministério da Defesa (MD), elaboraram uma lista prospectiva de tecnologias para três segmentos: sensores e comando e controle, armas inteligentes, e veículos não tripulados. No dia 21 de novembro, essa lista foi submetida a uma consulta estruturada com um painel de especialistas da indústria de Defesa. A consulta compõe uma das etapas da Agenda Tecnológica Setorial (ATS) de Defesa. Ao longo de todo o dia, foram consultadas 257 tecnologias divididas em cinco áreas tecnológicas: Sensores, Propulsão e Motores, Tecnologia da Informação e Comunicação, Furtividade e Suporte Tecnológico. Devido ao caráter reservado atribuído à lista de tecnologias pelo MD, todos os respondentes assinaram termo de confidencialidade, de forma a garantir o sigilo das informações. Para aplicação da consulta, o CGEE fez adequações no sistema para garantir que fosse respeitado o sigilo das tecnologias que compõem a lista investigada, explicou Kátia Beltrão, do CGEE. Para realizar a consulta, a ABDI contou com o apoio do Instituto Militar de Engenharia (IME/RJ) e da Faculdade de Tecnologia de São José dos Campos Professor Jessen Vidal (Fatec/SP) , o que viabilizou a formação de um painel com 110 especialistas, respondendo presencialmente a consulta, simultaneamente nas cidades do Rio de Janeiro e São José dos Campos. O painel foi formado por convidados de empresas, da academia, do governo e das Forças Amadas do Brasil. Queremos selecionar as tecnologias relevantes para a indústria de defesa, em particular aquelas que o país tem potencial de domínio tecnológico e produtivo, devido à capacitação dos ICTs e à robustez de nossas empresas. Com a ATS Defesa, acreditamos que vamos subsidiar a elaboração de políticas públicas voltadas para a interação academia-empresa e para o fortalecimento da competitividade da indústria e da segurança nacional, explicou a diretora da ABDI, Maria Luisa Campos Machado Leal, que coordenou os trabalhos na unidade em São José dos Campos. A gerente de projetos da agência, Carla Naves, e a coordenadora do setor Aeroespacial e Defesa, Cynthia Mattos, coordenaram os trabalhos no Rio de Janeiro. O MD esteve representado pelo diretor de Ciência e Tecnologia Industrial, general-de-divisão Aderico Mattioli, que destacou ser a ATS importante para o desenvolvimento de novas competências no Brasil. Estamos em busca da autossustentabilidade em ciência, tecnologia e inovação. E, para isso, há muitos degraus a serem conquistados, como conhecer novas oportunidades e investir nas competências já existentes, resumiu o general. Após a consolidação dos resultados da consulta estruturada, as tecnologias serão qualificadas, num horizonte de 15 anos, considerando a factibilidade técnica e a viabilidade comercial no mundo, o cerceamento, a emergência e a dualidade, conforme a metodologia da ATS. A ideia é agrupá-las de maneira a permitir a realização de ações concretas e diferenciadas para viabilizar o desenvolvimento e a difusão no Brasil. Na sequência, a ABDI promoverá oficinas técnicas com o governo para a apresentação dos resultados da seleção das tecnologias relevantes consideradas pela consulta e, em seguida, fará uma rodada com os respondentes para debater os resultados. As Agendas Tecnológicas Setoriais (ATS) são instrumentos de apoio ao Plano Brasil Maior (PBM), coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, e à Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (ENCTI), coordenada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Seu objetivo é identificar as tecnologias relevantes para a competitividade de diversos setores da indústria brasileira no horizonte de 15 anos, tendo a inovação como fator de reposicionamento da indústria. O projeto vem sendo executado por meio de uma parceria entre a ABDI e o CGEE, que dividem a coordenação executiva da elaboração das ATS, mediante recursos da ABDI e do MCTI, repassados ao CGEE. A partir da consulta, as tecnologias relevantes identificadas nas ATS tornam-se subsídios para a atribuição de prioridades de pesquisa, desenvolvimento e inovação; para negociações de offset, joint-ventures tecnológicas, atração de plantas e de centros de pesquisa e desenvolvimento e para a formação de talentos. Também subsidiam a identificação de modelos de negócios de modo a viabilizar a produção no país das tecnologias relevantes. (ABDI)

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