A abertura de capital de uma empresa, por meio de uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) tende a sufocar a inovação na companhia, medida de acordo com o número e qualidade das patentes, além de provocar um êxodo de inventores e uma queda na produtividade dos pesquisadores remanescentes, afirma um artigo publicado em dezembro pelo professor Shai Bernstein, da Escola de Administração de Stanford. O pesquisador analisou dados de mais de 1,5 mil firmas de tecnologia, entre 1983 e 2006. Para fazer a comparação do nível de inovação, o pesquisador levou em conta a atividade nos três anos anteriores à IPO e nos cinco anos posteriores. De acordo com Bernstein, uma vez aberto o capital as empresas tendem a adquirir propriedade intelectual de terceiros, em vez de investir em pesquisa e desenvolvimento próprios. Para chegar a essas conclusões, o autor montou uma base de dados de empresas inovadoras que registraram, na SEC a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos a intenção de abrir capital, e que depois foram em frente ou retiraram a carta de intenções. Essa amostra permitiu comparar a atividade inovadora de empresas que abriram capital com a de empresas de capital privado que estão num estágio semelhante de evolução, ou seja, com a intenção de abrir, escreveu ele. Em busca de explicação para o fenômeno da perda de inovação, Bernstein especula que a abertura de capital pode criar incentivos para que os administradores mudem o tipo de projeto inovativo selecionado, levando uma maior dependência da aquisição de tecnologias externas (…) preocupações com a carreira e o temor de fusões podem levar os administradores a escolher projetos mais convencionais, mais fáceis de explicar aos acionistas. O autor cita ainda outros trabalhos que sugerem que o mercado de capitais avalia mal a inovação, ao pressionar os administradores a cumprir metas de desempenho de curto prazo. A mudança de foco rumo à inovação incremental e a dependência crescente de tecnologia externa, por sua vez, explicaria o êxodo dos funcionários mais inovadores. Bernstein apresenta a hipótese de duas estruturas de incentivo atuando uma, sobre os gerentes, pede atitudes mais conservadoras e prudentes; outra, sobre os funcionários inovadores mais agressivos, que veem a perspectiva de ganho com novas invenções diluir-se entre os acionistas e, por isso, podem optar por deixar a companhia. (Com informações do Inovação Unicamp)

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