22/03/2017
Baseado em um processo incremental, iterativo e empírico de gerenciamento e controle, o Ágil é uma abordagem para desenvolvimento ágil de projetos muito utilizado nas empresas inovadoras que atuam em ambientes imprevisíveis e onde é necessário ter alta velocidade de resposta a eventos. De acordo com Manoel Alexandre da Silva Te, especialista em planejamento de gestão da inovação da Braskem, durante a primeira reunião do ano do Comitê de Gestão da Inovação da Anpei, essa metodologia está mais voltada para a atitude, a experiência e a cultura do time do que para o processo em si, já que envolve reuniões diárias entre a equipe e pequenas entregas para o cliente durante o desenvolvimento do projeto.
Moderada pelo coordenador do Comitê Gestão da Inovação, Rafael Pellicciotta, gerente executivo de engenharia e inovação da Elekeiroz, e pelo vice-coordenador Jaime Frenkel, gerente do Elo Group, a reunião aconteceu no último dia 16 de março na sede da Anpei, em São Paulo – SP, e contou com 40 representantes de empresas associadas à Anpei.
Segundo Manoel Te, a cultura do Ágil envolve autogerenciamento, comprometimento, envolvimento do cliente, um time multidisciplinar, colaboração, respeito e entregas interativas. O termo iteração refere-se ao processo de repetição de uma ou mais ações. É importante salientar que cada iteração se dá em uma instância da ação, assim, cada etapa possui uma ou mais iterações.
“Os três pilares do Ágil são ‘transparência’, ou seja, o uso da mesma linguagem e da mesma definição de done para todos da equipe; ‘inspeção’, já que, a cada encontro, existe a oportunidade de inspecionar e analisar o resultado conquistado até então; e ‘adaptação’, que se dá com a realização dos ajustes necessários o mais rápido possível”, explicou o especialista da Braskem.
Na abordagem Ágil, o product backlog é um inventário ordenado de “desejos” em relação ao produto. Assim, ele pode conter novas funcionalidades, casos de uso, problemas, desejos dos clientes e requerimentos não funcionais, por exemplo. E a função do product owner é exatamente a de gerenciar esse backlog e garantir a entrega de maior valor ao cliente.
Esta abordagem também conta com a figura do Scrum master, que gerencia e estimula o processo e remove possíveis impedimentos que possam surgir. A equipe de desenvolvimento desempenha o autogerenciamento e é responsável pelas entregas ao product owner.
Após a apresentação de Manoel, o grupo promoveu um debate, no qual alguns associados apresentaram suas experiências com metodologias ágeis.
“No método tradicional de gerenciamento, fazemos diversos levantamentos e documentações, mas, às vezes, perdemos o foco da ação. Já na abordagem Ágil nós vamos prototipar e ver a sensibilidade de valor que o cliente tem no momento de uma entrega, por exemplo. É um processo muito mais dinâmico, mas também tem seu risco, por isso, cada projeto deve ser avaliado de acordo com suas especificidades”, esclareceu Manoel.
“A abordagem ágil não está em oposição ao tradicional, mas ele é um instrumento de investigação mais poderoso, já que identifica possíveis falhas e novos caminhos durante o processo de desenvolvimento”, completou Rafael Pellicciotta.
Conceitos do desenvolvimento ágil aplicados ao Anpei Exchange
Na segunda parte da reunião, os participantes realizaram uma dinâmica em grupo para aplicar na prática os conhecimentos adquiridos sobre a abordagem Ágil.
As equipes eram compostas por cinco pessoas, sendo que um participante era o product owner e outro era o scrum master. Os demais faziam parte da equipe de desenvolvimento.
Terminada a dinâmica, as equipes apresentaram suas soluções ao Anpei Exchange e suas experiências ao trabalhar com o método ágil.
“Normalmente, equipes focam demais em planejamento e não em execução. Já outras focam demais em execução. Algumas equipes não se organizaram e todos fazem de tudo e não entregam nada. Então, o objetivo é dar pequenas dicas para deixar visível aos times oportunidades de melhoria em sua comunicação e tática de trabalho”, finalizou Manoel, que auxiliou os participantes durante toda a dinâmica.
O Anpei Exchange
Em junho de 2016, a Anpei lançou um novo programa de compartilhamento de conhecimento em gestão da inovação, o Anpei Exchange, que já conta com cerca de 140 práticas cadastradas, das quais mais de 60 já estão detalhadas. O conteúdo gerado pode ser conferido pelo portal www.anpeiexchange.com.br
A Associação convidou empresas reconhecidas como referência nacional em inovação para participar deste projeto. A primeira onda de empresas âncoras foi composta pela Weg, pelo Grupo Fleury, pela Braskem, pela Natura e pela Gomes da Costa. A equipe do Anpei Exchange já está negociando com a segunda onda de empresas âncoras que compartilharão suas experiências na forma de boas práticas de gestão da inovação.
Próximos encontros Comitê de Gestão da Inovação
Associado Anpei, participe da próxima reunião do Comitê de Gestão da Inovação. Confira as datas nesse link e programe-se!