Os países latino-americanos ainda não encontraram uma vocação sustentável para o desenvolvimento tecnológico e não sabem com clareza quais segmentos da economia agregam mais valor e que, portanto, devem ser mais bem explorados. O diagnóstico é da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), que realizou nos dias 18 e 18 de julho, em El Salvador, um seminário sobre tecnologias de informação e comunicação (TICs) e o desenvolvimento produtivo na região. Para a comissão, a produção de novas tecnologias traz o desafio de não agravar a desigualdade da América Latina e do Caribe e não marcar ainda mais a heterogeneidade de condições competitivas entre setores inovadores, considerados ilhas de excelência, e setores tradicionais com atividades básicas. Um dos principais desafios enfrentados pela região para alcançar a modernização da produção e da inovação tecnológica é geralmente o alto nível de heterogeneidade. Na América Latina e no Caribe convive um setor muito pequeno que incorpora tecnologia moderna e compete em pé de igualdade com empresas do mundo desenvolvido e o mundo emergente, e uma grande área com a incorporação de poucos recursos de tecnologia e inovação. Esses fatores explicam o grande atraso do crescimento da produtividade observado na região, avaliou Sebastian Rovira, oficial de Assuntos Econômicos da Divisão de Produtividade e Gestão da Cepal. De acordo com Rovira, a heterogeneidade torna difícil identificar quais segmentos de mercado podem ser mais bem explorados. Alguns países têm espaço para avançar no desenvolvimento de novos combustíveis e energia, outros nas indústrias criativas. Alguns podem se posicionar no turismo e outros como melhores produtores de alimentos. Rovira destaca que é possível associar esses setores às TICs, biotecnologia, nanotecnologia e criação de novos materiais. Ele também defendeu que haja avanço na produção de commodities que incorporem mais valor agregado, de modo a facilitar o surgimento de novos setores que exigem conhecimento e empregos qualificados. Para Rovira, a vocação tecnológica poderá ser encontrada com políticas industriais focalizadas e articuladas com a política de ciência, tecnologia e inovação. Como exemplo, ele cita os fundos setoriais existentes no Brasil desde 1999, que servem como fonte para o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a para a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). (Com informações da Agência Brasil)

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