Em menos de dez anos, o Brasil terá um mercado de 6 milhões de veículos, cálculo feito com base no crescimento anual do Produto Interno Bruto (PIB) até 2020. A discussão travada hoje entre a cadeia produtiva automobilística e o governo é quem vai atender essa demanda: a indústria nacional ou a importação? Estudo da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) e da PricewaterhouseCoopers apresentado ao governo neste mês mostra que o custo de produção de um carro médio no Brasil é 60% mais caro que na China. Em relação ao México, é 20% maior e, na comparação com a Índia, 5%. Os dados levam em conta preços de matéria-prima como aço, custo de capital, de mão de obra, energia e horas gastas para administrar a burocracia tributária, entre outros. Somado a isso, está o câmbio, que atualmente favorece as importações, enquanto as exportações diminuem. “Temos o mercado e precisamos decidir quem vai abastecê-lo”, disse o presidente da Anfavea, Cledorvino Belini. Na visão da entidade, a alternativa para ganhar competitividade é o País investir em inovação, pesquisa e desenvolvimento. Pela primeira vez, as montadoras não pediram ao governo redução de tributos nem mudança no câmbio. “Essa é uma realidade com a qual teremos de conviver”. Mas sugeriram uma política industrial que acelere investimentos em pesquisa e desenvolvimento e que certamente inclui desonerações. Belini citou como exemplo de projeto de inovação que precisa de apoio financeiro o desenvolvimento de novos materiais à base de vegetais, como sisal e bambu, que podem substituir matérias-primas derivadas do petróleo e do plástico. “A última inovação disruptiva que fizemos foi o etanol e o flex”, citou. Segundo Belini, o governo criou grupo formado por integrantes dos ministérios do Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia e Fazenda para estudar ações concretas que devem fazer parte da nova política industrial a ser lançada em julho. Para o executivo, um projeto que permita às empresas desenvolver tecnologia nacional ajudará o País a ser mais competitivo e, com isso, a reduzir o déficit da balança comercial do setor automotivo, que é de US$ 6 bilhões. “A reversão pode ocorrer já a partir de 2015 ou 2016”, disse Belini. (Com informações do jornal O Estado de S. Paulo)

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