O presidente da Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (Anpei), Carlos Calmanovici, entregou em 1 de julho ao ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, um documento com sugestões para implantação concreta de novos mecanismos para alavancar a inovação, no qual o setor privado assuma efetivamente o protagonismo no segmento. Nos últimos seis anos, a participação desse setor na totalidade de investimentos realizados em inovação está estagnada em 47%. Em contrapartida, em países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, esse índice chega, em média, a 62%. “Esse número é um alerta porque sem inovação não há competitividade nem modernização sustentável dos parques industriais, resultando em prejuízo à economia e, principalmente, a toda a sociedade”, pondera Calmanovici, acrescentando que essa defasagem, em um futuro próximo, poderá comprometer a atuação do Brasil no cenário mundial, posicionando-se em nível menos competitivo em relação à China, Rússia, Índia e aos países desenvolvidos como Estados Unidos, Japão e várias nações europeias. “Temos que reverter essa tendência”, ressalta. Nesse sentido, o documento elaborado pela Anpei enfatiza as principais conclusões resultantes de uma dinâmica de trabalho com a contribuição de mais de 500 participantes, em sua maioria empresários e gestores de departamentos de P, D&I, além de representantes de universidades, ICTs e órgãos governamentais, que participaram de uma dinâmica de trabalho durante a X Conferência Anpei, realizada em abril último na Federação das Indústrias do Paraná, em Curitiba. Uma das principais questões abordadas no documento refere-se aos incentivos nacionais, estaduais e municipais para o fomento à inovação, entre as quais, a expansão dos mecanismos atuais, com critérios e conceitos mais abrangentes de inovação e a criação de novas linhas de apoio e fomento para o desenvolvimento e o fortalecimento da capacitação técnica, gerencial e executiva das empresas. Ainda neste tópico está incluída a concessão de melhores condições aos fomentos, incentivos, políticas, taxas de juros para as empresas que se comprometerem a contratar, de forma mais ampla, recursos voltados para a inovação e investirem inclusive na capacitação técnica de seus colaboradores. Outra proposta da Anpei é a criação de Fóruns Permanentes de Incentivo à Inovação, com a participação de representantes do meio empresarial e de todos os órgãos responsáveis pelas políticas públicas de fomento ao empreendedorismo e inovação, tais como os ministérios da Ciência e Tecnologia e do Desenvolvimento, BNDES, Finep, Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos (Apex), Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e Receita Federal. Os fóruns teriam a função dar dinamismo às legislações, às regulamentações e às políticas públicas relacionadas à P, D&I de forma a tornar a conjuntura mais favorável à adoção de inovação pela indústria, através de processos simples, transparentes e desburocratizados, no que se inclui o acompanhamento, o cumprimento de prazos das partes e a definição de indicadores e metas quantitativas e qualitativas para medir o retorno dos investimentos em P, D&I. O documento propõe também várias ações para a integração em maior escala das universidades, empresas e governo, que resguardados os interesses de cada parte, garantam o desenvolvimento econômico e social. Na audiência com o ministro estiveram presentes, além do presidente da Anpei, o secretário-executivo do MCT, Luiz Antonio Rodrigues Elias, o secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, Ronaldo Mota, o vice-presidente da Anpei, Guilherme Marco de Lima, e o diretor da associação, Ronald Martin Dauscha. A Anpei representa indústrias que empregam, no total, 20 mil pesquisadores, faturamento de R$ 600 bilhões e investimentos de R$ 10 bilhões em P, D&I.

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