Entre os caminhos para fomentar a inovação na indústria brasileira está a aproximação entre o ensino nas universidades e o que acontece nas empresas, segundo especialistas presentes no “Fórum Digitalização: Soluções para um Brasil mais competitivo”, promovido pela Folha. “Os alunos têm uma defasagem entre a universidade e o que acontece na indústria real”, disse Rosana Jamal Fernandes, presidente da Unicamp Ventures. Para Maria Luisa Machado Leal, diretora de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação da ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial), os centros tecnológicos são peça fundamentais para fazer a ponte entre os dois. “Eles são importantes porque não se muda uma mentalidade tão rápido”, afirmou. Segundo Leal, a inovação no Brasil precisa dar um salto, e não continuar com os modelos existentes. “É um desafio muito grande. O esforço do governo é complexo num país menos desenvolvido, na condição do nosso. Estados Unidos e Alemanha, que lideram a indústria 4.0, estão com iniciativas instaladas. E é um pouco nessa modelagem que temos trabalhado para implementar iniciativas similares no Brasil.” A segunda rodada de debates, com o tema “Inovação – como funciona? Impactos nos modelos de negócio”, foi mediada pelo colunista da Folha Ronaldo Lemos e contou ainda com a presença de Renato Buselli, vice-presidente sênior da divisão Digital Factory da Siemens e Luís Mamede, gerente de Sistemas de Performance para a América do Sul no grupo Linde. De acordo com Fernandes, um dos desafios no país é fazer a tecnologia chegar no mercado e viabilizá-la como produto. A presidente da Unicamp Ventures cita que algumas startups já nascem internacionais. “Não adianta pensar numa solução para o Brasil. Seu concorrente mais importante muitas vezes vem de fora. Se [a concorrência] vem de fora, por que não estar fora também?” Buselli acredita que o Estado deve se concentrar mais na viabilidade e deixar o enfoque atual de regulamentação para trás. “Se existe um processo democrático, é a digitalização. Aqueles desenhos do passado de tentar proteger o mercado não são o caminho de inclusão neste momento.” Big Data O uso de Big Data foi abordado por Mamede, que deu como exemplo as atividades do grupo Linde. Segundo ele, para conseguir melhorias usando essa compilação de dados é preciso seguir um processo “degrau a degrau”, que começa com a medição de dados, segue para a compilação e, por fim, a análise destas informações. “Com isso, você coordena [o processo] de forma mais organizada. Nós conseguimos prever, por exemplo, quando uma máquina vai quebrar.” Buselli aponta que, a partir do momento em que há digitalização de processos, há fragmentação do negócio e espaço para a empresa se inserir no mercado através de ideias inovadoras. (Folha de S. Paulo)

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