Investir em inovação tecnológica deixou de ser um plano futuro e se tornou um imperativo para a sobrevivência das empresas. Esse foi o alerta dado por empresários, representantes de governo, entidades empresariais e de instituições de ciência e tecnologia participantes da mesa Atores da Inovação, realizada na tarde desta segunda-feira (11 de junho) na XII Conferência Anpei, que acontece até o dia 13 de junho em Joinville. Participaram da mesa Carlos Calmanovici, presidente da Anpei, Carlos Alberto dos Santos, diretor técnico do Sebrae Nacional, Nelson Fujimoto, secretário de Inovação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Paulo Roberto Bornhausen, secretário estadual de Desenvolvimento Sustentável de Santa Catarina, Glauco Côrte, presidente da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), Sergio Gargioni, presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Santa Catarina (Fapesc), Jefferson de Oliveira Gomes, gerente do Senai Nacional, e Carlito Merss, prefeito de Joinville. Calmanovici, da Anpei, disse que a posição do Brasil, em inovação, não é condizente com o papel que o País tem desempenhado na economia internacional. Ele citou os novos desafios e oportunidades abertos com a exploração do petróleo na camada do pré-sal. Essas reservas só serão economicamente viáveis se a cadeia de petróleo e gás puder desenvolver e acessar tecnologias para a exploração plena e sustentável do pré-sal, disse. Essa exploração depende de investimentos regulares e consistentes em inovação e tecnologia, afirmou. Ele defendeu que os recursos do pré-sal sejam aplicados em C,T&I e na recomposição do FNDCT. Sem isso, enfrentamos o risco de assistir ao colapso do sistema. Estamos entrando numa fase no Brasil em que o tema da inovação está se tornando presente no dia-a-dia, nos discursos, na preocupação das empresas e da academia, nos jornais, o que é muito bom. Na Conferência Anpei, percebemos o crescimento quantitativo e qualitativo, o adensamento do debate, ressaltou Carlos Alberto dos Santos, do Sebrae. Para ele, as pequenas empresas enfrentam o desafio de não deixar a inovação se transformar em panaceia para solução de todos os problemas. Também precisamos desmistificar o conceito e demonstrar que inovar é fazer diferente para fazer melhor, e fazer melhor é aumentar faturamento, ganhar espaço ou defender espaços de mercado, prosseguiu. Nelson Fujimoto, do MDIC, destacou que o Brasil cresceu, apesar da crise econômica, em razão da inclusão de novos grupos sociais no mercado consumidor. Ele falou das oportunidades com o pré-sal, o PAC, o Plano Nacional de Banda Larga, a Copa do Mundo de Futebol e as Olimpíadas. Temos também grandes desafios que implicam maior competitividade da nossa indústria, daí ações como o Brasil Maior, em que a inovação é elemento central. O secretário Paulo Bornhausen citou os projetos do governo de Santa Catarina para apoiar a inovação. Queremos manter os fatores favoráveis que o Estado já possui, olhando padrões internacionais, buscando a sustentabilidade social e ambiental, e planos de longo prazo, disse. Ele mencionou ações como o SC@2022, com foco em sustentabilidade e inovação; o programa Juro Zero, feito em parceira com o Sebrae; e a atração de empresas e segmentos na fronteira do conhecimento, como tecnologia da informação e comunicação, nanotecnologia e química fina, entre outros. Glauco Corte, da Fiesc, ressaltou que para as empresas manterem o crescimento e a competitividade, elas devem investir na melhoria, diferenciação e criação de novos produtos. Estamos engajados na batalha pelo desenvolvimento sustentável e pela melhoria da competitividade das empresas de Santa Catarina, porque esse caminho leva a melhores resultados, promove novos investimentos, abre novas oportunidades de trabalho e melhora os salários e as condições de vida dos trabalhadores. Sergio Gargioni, presidente Fapesc, falou que está ansioso pelo processo de descentralização do programa de subvenção da Finep, mencionado na abertura da XII Conferência Anpei pelo presidente da Financiadora, Glauco Arbix. Temos a expectativa de obter R$ 23 milhões em subvenção para as pequenas empresas. Esse valor pode chegar a R$ 30 milhões ao somarmos nossa contrapartida, contou. Jefferson de Oliveira Gomes, do Sebrae Nacional, falou do exemplo da Embraer. É importante não perder o foco principal: temos hoje uma das melhores empresas aeronáuticas do mundo, podemos replicar o modelo em várias outras áreas, destacou. Precisamos trabalhar dentro de um foco, acrescentou. O prefeito Carlito Merss disse que Joinville acredita que a saída é investir em inovação. Vejam quantas empresas instaladas aqui fazem investimento em inovação, em tecnologia, disse, citando a Whirlpool como exemplo. Ele falou da implantação de um campus da Universidade Federal de Santa Catarina na cidade, da Lei Municipal de Inovação e do Conselho Municipal de C,T&I, iniciativas de 2012. João Carlos Ferraz, vice-presidente do BNDES, não pôde comparecer, por problema de saúde, mas enviou um texto que foi lido em plenário. Para ele, a crise internacional não será dirimida no curto prazo e muitas empresas estão disputando exíguos espaços, o que acirra a concorrência em todos os mercados. Inovação será imperativo da sobrevivência de todas as empresas, alertou.

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