Entre janeiro e março, a balança comercial da indústria de alta e média-alta tecnologia, onde estão concentrados os setores intensivos em capital e inovação, atravessou o pior primeiro trimestre em 22 anos. Nos primeiros três meses deste ano, esses segmentos registraram déficit de US$ 17,7 bilhões, mais de US$ 5 bilhões superior ao de igual período do ano passado e o dobro do registrado nos primeiros três meses de 2008 e 2009. Já a indústria de baixa tecnologia, que fabrica, por exemplo, calçados, vestuário e alimentos, aumentou seu superávit comercial de US$ 7,7 bilhões, registrados no primeiro trimestre de 2010, para US$ 8,5 bilhões no mesmo período deste ano. O crescimento do saldo não foi suficiente, porém, para evitar um rombo de US$ 10 bilhões no saldo comercial total da indústria de transformação. Nem a abertura comercial promovida por Fernando Collor, a valorização do câmbio durante o governo Fernando Henrique Cardoso ou o surgimento da China como provedor em grande escala de bens manufaturados ao longo do governo de Luiz Inácio Lula da Silva foram capazes de gerar, isoladamente, um rombo tão grande quanto o registrado nos primeiros três meses de 2011. Autor de um estudo sobre a balança comercial da indústria de transformação por conteúdo tecnológico, Rogério Cezar de Souza, economista-chefe do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), avalia que a indústria brasileira vive um momento decisivo. “A redução do déficit passa por ganhos de produtividade. Toda a incorporação de tecnologia que precisava ser feita aconteceu da abertura para cá, a hora é de investir em inovação e novos modelos de produção”, diz Souza. Os setores de baixo conteúdo tecnológico, mais tradicionais no parque industrial brasileiro, “chegaram no limite”, diz Souza. Com preços em alta no mercado internacional, forte demanda interna e a condição de não serem facilmente comercializáveis com o exterior, os alimentos processados registraram o maior superávit para o período, de US$ 7,4 bilhões, sustentando o segmento de baixa tecnologia. Isso porque o ramo produtor de vestuário, calçados e couro registrou, entre janeiro e março de 2011, o primeiro déficit para o período desde o início da série histórica do Iedi. (Com informações do jornal Valor Econômico)

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