Banco cria fundo de ‘capital semente’ voltado à inovação
Em novembro, começa a operar o fundo de investimento de capital semente (seed money) do BNDES, o Criatec, constituído pela área de mercado de capitais para apoiar com participação acionária minoritária de até 40% empresas inovadoras nascentes com faturamento de até R$ 6 milhões. O banco vai investir R$ 80 milhões no Criatec, num prazo de 4 anos. A expectativa da instituição de fomento é garantir o desenvolvimento de até 60 empresas no período, gerando três mil empregos. O valor máximo de investimento por empresa é de R$ 1,5 milhão. A duração do fundo é de 10 anos.
O Criatec tem modelagem de um fundo nacional, que contará com a atuação de seis gestores de núcleos regionais baseados em Belém (PA), Fortaleza (CE), Belo Horizonte (MG), São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Florianópolis (SC). Os gestores nacionais do fundo já foram escolhidos. Será a Antera, junto com o Instituto de Inovação de Belo Horizonte. Eles ganharam o processo de seleção concorrendo com seis propostas. O foco da Antera e do Instituto de Inovação de Belo Horizonte é trabalhar com empresas inovadoras nascentes. Eles têm expertise financeira para lidar com estas empresas e já carregam um portfólio próprio.
O BNDES pretende, porém, que os gestores nacionais do Criatec formem um segundo portfólio com empresas incubadas, que são mais de 300 no Brasil. Um terceiro grupo de empresas nascentes também será alvo do Criatec. São as chamadas empresas “âncoras”, derivadas de divisões (spin off) de empresas grandes. O foco do Criatec são as empresas dos setores de TI, biotecnologia, novos materiais, nanotecnologia e agronegócio.
A área de mercado de capitais do BNDES já criou 10 fundos de investimento – oito de Venture Capital e dois de Private Equity, todos atuantes – visando o desenvolvimento das empresas inovadoras. O banco prevê que estes 10 fundos, nos quais aportou R$ 260 milhões, vão alavancar R$ 1,2 bilhão no total de investimentos nos próximos quatro anos.
“A nossa ênfase é na base tecnológica, razão pela qual estamos agora criando o fundo de capital semente. A inovação é vista pelo BNDES como o cerne da empresa. Nossa meta com este novo instrumento financeiro é manter a inteligência do Brasil no Brasil, transformando criadores em empreendedores”, afirmou o diretor da área de mercado de capitais do BNDES, Eduardo Rath Fingerl.
Matéria publicado no jornal Valor Econômico, em 29/10/07