Uma nova revolução industrial está em curso, em que toda a cadeia de produção é automatizada e digitalizada. Trata-se da indústria 4.0, cujo conceito surgiu em 2011, na Feira de Hannover, na Alemanha, como parte da estratégia de alta tecnologia do governo daquele país. “Pode-se dizer de uma maneira básica que a indústria 4.0 é a união da automatização da indústria com a Internet das Coisas, em que os equipamentos ‘conversam’ entre si. É a conectividade sem fio junto com a inteligência do equipamento buscando a otimização dos serviços”, explica o professor Almir Meira, coordenador dos cursos de Engenharia da Computação e Engenharia de Produção 2.0. da Fiap. Na indústria 4.0, o produto é inteiramente concebido em um software antes de se iniciar a produção física. “Com a simulação do produto no mundo digital, ganha-se tempo e os custos caem, aumentando o retorno sobre o investimento”, destaca Renato Buselli, vice-presidente de Digital Factory da Siemens Brasil. Segundo ele, estima-se que a redução de custos apenas na etapa de engenharia possa chegar a 30%. Uma vantagem da produção totalmente integrada é que é possível detectar e corrigir falhas durante a fabricação com mais rapidez, além de acompanhar a distribuição e a revenda até o cliente final. Outra possibilidade surgida com as fábricas inteligentes é o aumento da customização. Indústria Nacional No Brasil, a indústria 4.0 está dando alguns passos, sendo que grande parte do parque industrial brasileiro ainda nem chegou à terceira revolução, em que a produção é automatizada. Mas algumas empresas no país, como Ambev, Volkswagen e Embraer, já entraram na era da indústria 4.0. Antonio João Carmesini, diretor de Engenharia de Manufatura da Embraer, explica que desde 2011 a fabricante de aviões trabalha com a virtualização da produção, desde o componente mais básico até a entrega da aeronave, antes de iniciar o processo de fabricação propriamente dito. “Isso nos permite simular e antecipar processos para produzir com mais qualidade, rapidez, maior produtividade e redução de custos”, afirma. Marcelo Prim, gerente executivo de tecnologia e inovação do Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) destaca que há instituições, universidades e empresas, incluindo o Senai, estudando como desenvolver essa nova indústria no Brasil, e o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação criou um grupo de trabalho para desenvolver políticas públicas voltadas para a indústria 4.0. Prim explica também que se trabalha com um cenário de dez anos para o Brasil entrar de fato na indústria 4.0, mas a crise econômica atual pode desacelerar os planos. (Folha de S. Paulo)

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