Estimativa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta que apenas dois em cada sete formandos em engenharia atuam em carreiras típicas da formação. Mas, diferentemente das décadas de 1980 e 1990, quando o Brasil tinha dificuldade de investir em infraestrutura e empurrava os engenheiros para outras ocupações, hoje existem oportunidades para os que querem se manter trabalhando em sua área de formação original. Segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Executivo de Finanças feita em 2010 com 350 associados, 20% dos associados com até 35 anos de São Paulo se graduaram em engenharia. A área foi a segunda principal origem dos profissionais, atrás de administração, curso concluído por 29% dos entrevistados. Vivemos outros tempos e, agora, o engenheiro qualificado não fica sem emprego. As empresas o disputam ferozmente, afirma o presidente do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia, José Tadeu da Silva. A superintendente de gestão de talentos do Itaú-Unibanco, Maria Carolina Lourenço Gomes, diz que está mais difícil contratar esse tipo de profissional. A tendência do mercado é que os engenheiros busquem oportunidades nas quais possam aplicar tecnicamente os conhecimentos adquiridos na graduação. A disputa das empresas é ótima para a remuneração do profissional, mas é difícil dizer se ele ganha mais trabalhando em sua área ou buscando outras oportunidades. O gerente da área de engenharia da consultoria de recursos humanos Hays, Roberto Coltro, faz a estimativa com base no Guia Salarial 2012, pesquisa anual elaborada pela consultoria em parceria com o Insper. O setor financeiro oferece ótimos salários, mas existem segmentos com muita demanda, como petróleo e gás, que tiveram alta nas remunerações de até 20% acima da média no último ano. Outros fatores, como experiência e formação, também contam na composição de salários. Segundo ele, é possível afirmar que existe uma espécie de encantamento pelo profissional, mesmo em áreas que não necessitam da formação. O diferencial do engenheiro seria o raciocínio lógico, conhecimento matemático e abordagem sistemática para qualquer tipo de problema. Eles têm facilidade para aplicar seus conhecimentos em outras áreas e domínio de cálculo complexo, o que lhe dá uma vantagem para lidar com números, explica. Para conseguir encontrar engenheiros, a construtora Cyrela tem uma política agressiva de recrutamento. Sabemos que existe uma deficiência no mercado, por isso fazemos investimentos para encontrar estagiários que se formem e sigam crescendo na empresa, destaca Celso Alves, gerente-geral de RH da Cyrela São Paulo. Atualmente a companhia tem 366 estagiários de engenharia e 190 profissionais formados atuando no Brasil. (Com informações da Folha de S. Paulo)

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