Empresários brasileiros com negócios na Europa não têm medo da crise que assola a região. Para driblar a recessão, as empresas buscam contratos fora do bloco, investem em produtos inovadores e em quadros enxutos de funcionários. Até o próximo ano, empreendedores estabelecidos na Inglaterra, Alemanha e Irlanda pretendem montar operações no Oriente Médio, inaugurar franquias e melhorar processos produtivos. Apesar da desaceleração econômica que se verifica na zona do euro, a expectativa das companhias é de crescimento. Com operações em Berlim há três anos, a catarinense Reason Tecnologia, do ramo de equipamentos eletrônicos para o setor de energia elétrica, também não deixou de crescer por causa da crise da economia da zona do euro. Faturou R$ 27 milhões no ano passado e tem a expectativa de conseguir R$ 32 milhões neste ano. A operação na Europa representa 5% do faturamento total da empresa, segundo o seu diretor-presidente, carioca Guilherme Stark Bernard. O empresário comanda seis funcionários na Alemanha, entre brasileiros e nativos. “Vamos investir na prospecção de contratos internacionais”, afirma. “A região tem as maiores empresas de engenharia do setor de eletricidade, em todo o mundo.” Um dos carros-chefes da produção da Reason é um registrador digital, que funciona como uma “caixa preta” das subestações de energia. No ano passado, a companhia venceu o Prêmio Finep de Inovação na categoria micro e pequena empresa. Neste ano, o plano de Bernard é investir R$ 10 milhões em novas tecnologias e processos produtivos. O montante é 50% maior do que o registrado no ano passado. Para Evódio Kaltenecker, professor de estratégia de negócios do MBA Executivo da BBS Business School, empresas com atividades na Europa têm de estar preparadas para a estagnação econômica da região, que deve permanecer ou até mesmo se agravar, nos próximos anos. “Nessa situação, é comum ter um mercado mais competitivo, clientes exigentes e queda nas margens”, afirma. Para quem planeja se instalar na União Europeia, mesmo neste período de vacas magras, a orientação do especialista é conhecer previamente o mercado escolhido. “Em momentos de crise, é importante se diferenciar da concorrência e investir em inovação”, diz. “Otimizar processos, melhorar a qualidade do atendimento para fidelizar clientes e buscar alternativas que reduzam custos são ferramentas eficazes em fases difíceis”, receita. O Banco Central Europeu (BCE) reduziu sua previsão para o crescimento da economia da zona do euro neste ano, depois de meses de resultados minguados, que adiaram a perspectiva de uma recuperação até o fim de 2013. A nova estimativa é que a atividade econômica deva emagrecer 0,6% neste ano, em vez da contração de 0,5% que estava sendo prevista em março. A autoridade monetária, porém, prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) da região cresça 1,1% no próximo ano. A previsão anterior era de expansão um pouco menor, de 1,0%. (Com informações do Valor Econômico)

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