A unidade de eteno verde que a Braskem inaugura em Triunfo, no Rio Grande do Sul, muda o perfil do polo gaúcho, chamado de petroquímico desde sua implantação em 1982. Inverte ainda a lógica que criou o complexo, baseada em tecnologia adquirida no exterior. A nova produção de matéria-prima para plásticos agora é nacional. Por permitir venda de tecnologia, vai colocar empresa e estado na vitrina da inovação, do desenvolvimento próprio e do mercado global de processos de fabricação. “É um negócio novo, que vai gerar futuras patentes”, diz Antonio Morschbacker, gerente de tecnologia de biopolímeros da Braskem. O registro de patentes é um dos principais indicadores do esforço inovador, no qual o Brasil é sempre desafiado a melhorar. No mais recente ranking da Organização Mundial de Propriedade Intelectual, a posição nacional recuou de 24ª para 25ª entre 137 países. Uma resposta veio do esforço da equipe de oito engenheiros químicos e uma dúzia de operadores comandada por Morschbacker. A partir de 2003, resgataram a produção de PVC com álcool, que havia sido aplicada no início da década de 80, na Salgema – hoje unidade de cloro e soda da Braskem em Maceió. Na época, incentivos do Proálcool permitiram transformar o combustível em material usado em canos, portas e janelas, mas o processo foi abandonado. Com o avanço da preocupação ambiental, surgiu a retomada. Foi preciso adaptar o processo, para reduzir em 10 vezes o teor de impurezas no etanol para trocar seu destino final do PVC para o polietileno. As mudanças na tecnologia dos anos 80 foram feitas no Centro de Tecnologia e Inovação em Triunfo para obter qualidade a custo razoável. “Aplicamos principalmente capital humano e intelectual. Usamos alguns equipamentos e insumos importados, mas evoluímos e chegamos a uma tecnologia 100% brasileira, sobre a qual temos total liberdade de uso e venda”, reforça Morschbacker. Grandes empresas seguem caminho – João Luiz Zuñeda, diretor da Maxiquim, consultoria do setor químico, destaca a mudança na importação de conhecimento que a unidade representa: “É tecnologia desenvolvida no Brasil, e no polo de Triunfo, que foi implantado e ampliado com tecnologia comprada. A Braskem está saindo na frente, todas as grandes do setor estão apostando nos biopolímeros, como a Solvay, a Dow”. Em agosto, o presidente da Braskem, Bernardo Gradin, informou que a companhia é procurada por parceiros e até por governos de países para aplicar a tecnologia. “Este é um momento especial para o Rio Grande do Sul, que se torna um centro de tecnologia sustentável. O mundo todo está olhando para isso, e o estado passa a ter uma atividade de ponta”, reforça Manoel Carnaúba, vice-presidente de petroquímicos básicos da Braskem. (Fonte: Zero Hora)

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