Quando pensamos na palavra tecnologia, o que nos vem à mente é um cenário de vanguarda, inovação e arrojo, certo? Errado. No Brasil, o segmento de tecnologia convive com um curioso paradoxo: é jovem demais para ser experiente, e velho o suficiente para ter vícios e acomodações.
Em mercados maduros encontram-se empresas que inspiram esse imaginário, como Apple, Google, e Microsoft, só para citar três exemplos consagrados. O que faz com que essas organizações sejam tão especiais? E o que acontece com as nossas empresas?
Essas grandes corporações com a ressalva de que estão inseridas em um contexto bem diferente do nosso já perceberam a importância de investir em sua imagem, o que ainda não é muito frequente por aqui. As empresas de software nacionais, em sua maioria, nasceram e cresceram de forma orgânica. Em geral, seus gestores são profissionais oriundos de áreas técnicas que, por força da situação, tiveram que tornar-se também empreendedores. É claro que existem as exceções, principalmente de empresas que espelham seus modelos nas melhores práticas internacionais.
A “tomada de consciência” muitas vezes ocorre quando se perdem contratos para concorrentes cuja percepção de qualidade por parte do cliente é muito maior. “Mas o meu software faz tudo o que o dele faz e ainda mais um pouco!” dirá o empresário. Sinto muito, mas o cliente não enxerga bits e bytes. O que ele quer é resultado. Ele precisa que a ferramenta resolva o seu problema, seja ele qual for (e cabe ao empresário de TI descobrir isso). O fato de se desenvolver um software não significa que se tenha um produto. Um produto vai muito além de suas características intrínsecas: ele é um conjunto de funcionalidades e percepções que precisam ser cuidadosamente avaliadas e trabalhadas.
Por isso, caro gestor, pare um pouco para avaliar a situação de seu software. Tente colocar-se no lugar do seu cliente. Será que ele está plenamente satisfeito com o seu produto/serviço? Em época de crise, torna-se ainda mais importante a fidelização de clientes. Pense nisso e prepare-se para inovar.
(Fonte: Letícia Polydoro, diretora da Hypervisual e consultora do Sebrae/RS