A participação das micro, pequenas e médias empresas na carteira do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) está avançando. Um levantamento da instituição mostra que esse segmento era responsável, em 2000, por 19% dos desembolsos totais do banco para o financiamento de negócios no Brasil, um percentual que chegou a 32% no ano passado. Esse crescimento está vinculado à popularização de um dos mais importantes pulverizadores de crédito para os pequenos empreendedores no país, o Cartão BNDES. Desde sua chegada ao mercado, o cartão, que consiste em uma linha de crédito rotativo que pode chegar a R$ 1 milhão, já desembolsou mais de R$ 40 bilhões para a compra de máquinas, equipamentos, veículos e serviços diversos para empresas de menor porte. Só no ano passado foram R$ 9,5 bilhões e, de janeiro a meados de julho deste ano, R$ 5,4 bilhões. “Do total de quase um milhão de operações do banco no ano passado, 70% foram realizadas por meio do cartão”, revela Ricardo Albano, chefe do Departamento de Operações de Internet do BNDES. Além de mercadorias, desde o ano passado o cartão passou a financiar, também, serviços vinculados à inovação, qualificação e certificação de produtos, e já financia, por exemplo, serviços de propriedade intelectual como registro de patentes, através de fornecedores como escritórios de advocacia com registro no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Uma das empresas que apostaram no cartão para financiar sua inovação foi a fabricante de geleias Homemade, com sede em Itupeva, no interior de São Paulo. Criada em 1968, em Campos do Jordão, vendida para a Cica no final da década de 70 e readquirida pelo empresário Edoardo Augusto Magli em 2001, a empresa buscava um impulso em seu faturamento e decidiu investir, no ano passado, na criação de uma embalagem inovadora. “Foi a primeira vez que uma agência de design utilizou o limite do cartão para realizar um projeto e viabilizar o desenho de uma embalagem exclusiva. Sem o instrumento em mãos, eu precisaria tirar do meu bolso para viabilizar a embalagem”, conta Magli, sócio-gerente da Homemade. A nova embalagem, lançada em julho do ano passado, traz como novidade uma alça e remete ao tacho onde é fabricada a geleia. Os R$ 350 mil utilizados no projeto, parcelados em 48 vezes no cartão, já renderam frutos à Homemade. Foram quatro prêmios concedidos pela Associação Brasileira de Embalagem (Abre). E o faturamento, que atingiu R$ 8 milhões no ano passado, deve chegar aos R$ 20 milhões em 2013. Até julho, o BNDES já havia emitido um total de 623 mil cartões para micro, pequenas e médias empresas que, para se habilitar ao benefício, precisam estar com a situação tributária em dia e ter um faturamento bruto inferior a R$ 90 milhões. Todas as aquisições podem ser financiadas entre três e 48 vezes, com uma taxa de juros de 0,86% ao mês. O tíquete médio por operação é de R$ 13 mil, destinado à aquisição de itens necessários às atividades dos empreendedores, como maquinário e equipamentos, computadores e softwares, insumos, móveis e até mesmo veículos utilitários, de um catálogo virtual que supera 220 mil produtos, provenientes de mais de 50 mil fornecedores previamente credenciados pelo banco. Após aumentar o número de itens financiados, o BNDES busca novas parcerias. A expectativa é que até o início do próximo ano, três bancos serão habilitados a emitir o cartão: Banco do Nordeste, Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul e Santander, que se juntam a outras seis instituições financeiras já parceiras (Banco do Brasil, Bradesco, Caixa , Banrisul, Itaú e Sicoob). (Com informações do Valor Econômico)

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