O Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes) está construindo o Plano Diretor para 2030 e pretende ampliar as parcerias, envolvendo mais empresas. “Queremos avançar para uma nova geração de redes de relacionamento”, afirmou Luis Cláudio Souza Costa, gerente de relacionamento com a comunidade de ciência e tecnologia do Cenpes. “Hoje estamos muito baseados em parcerias com universidades. Elas geram tecnologia, mas quem vai fornecer a tecnologia não são as universidades, mas as empresas”, acrescentou ele, durante participação no Open Innovation Seminar 2011, realizado entre 23 e 25 de novembro, em São Paulo. O Cenpes organiza suas parcerias em P&D de duas formas. A primeira são as redes temáticas, que envolvem 100 universidades, agregadas em torno de 50 temas de interesse da empresa. Há também os núcleos, que são universidades ou institutos de pesquisa situados perto de unidades da Petrobras. Enquanto na primeira modalidade, várias universidades formam uma rede em torno de um tema, nos núcleos uma instituição atua sozinha, pesquisando vários assuntos. Além dessas estruturas, o Cenpes integra outras iniciativas de cooperação. A empresa é parceira de oito Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs) do MCTI e participa da Rede Brasil de Tecnologia, por exemplo. As parcerias com fornecedores e operadores também ajudam a empresa no desenvolvimento tecnológico. Costa também contou que, por obrigação contratual com o governo para poder explorar o petróleo no Brasil, a Petrobras precisará investir R$ 18,3 bilhões em pesquisa e desenvolvimento entre 2011 e 2020. “Precisamos de um esforço maior, que as universidades se engajem mais”, disse. Para cumprir o investimento determinado pela lei hoje – 0,5% do obtido com os campos de alta produtividade devem ser investidos em universidades e institutos de pesquisa –, o Cenpes investe em projetos de P&D, na complementação da infraestrutura experimental, e na ampliação da formação de recursos humanos. Quando o governo regulamentou os investimentos em P&D no setor, a Petrobras direcionou a maior parte dos recursos para apoiar a melhoria ou construção de infraestrutura de pesquisa nas universidades e institutos. Com o avanço nesse aspecto, o Cenpes passou a investir mais em projetos de P&D. Recentemente, a empresa reviu sua estratégia de aplicação de recursos. “Estamos ampliando o investimento em capacitação de recursos humanos, já que todos os estudos a que temos acesso mostram que faltam profissionais”, contou. Dentro dessa estratégia, a Petrobras está montando um programa em que financiará 5 mil bolsas no âmbito do Ciência sem Fronteira, programa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) que concede bolsas para brasileiros fazerem pós-graduação no exterior.