A Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza divulgou os resultados de um estudo encomendado à Fundação Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras (CERTI) sobre a Floresta com Araucárias ecossistema do Sul brasileiro. Essa vegetação foi reduzida a menos de 3% de sua cobertura original, segundo a pesquisa Análise Integrada das Cadeias Produtivas de Espécies da Floresta Ombrófila Mista e seu Impacto sobre esse Ecossistema. O estudo apresenta um diagnóstico detalhado sobre os processos produtivos do pinhão, que é a semente da araucária; e da erva-mate, outra espécie nativa do ecossistema. A partir dos impactos identificados que a extração desses dois produtos geram atualmente nesse frágil ecossistema, foi elaborado um plano de ação. Chamado de Estratégia de Valorização da Floresta com Araucárias, o plano prevê a criação e capacitação de uma instituição que investirá em novos e responsáveis usos para o pinhão e a erva-mate. Esse projeto será desenvolvido pelas fundações Grupo Boticário e CERTI, contando, desde o começo de junho, com apoio do governo do Estado de Santa Catarina, por intermédio da Companhia de Desenvolvimento do Estado de Santa Catarina (CODESC). A Floresta Ombrófila Mista (FOM), mais conhecida como Floresta com Araucárias, é um ecossistema do Bioma Mata Atlântica que possuía originalmente 20 milhões de hectares, espalhando-se por áreas dos três estados do Sul brasileiro: Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul; além de São Paulo, Minas Gerais, Paraguai e Argentina. Segundo o diagnóstico, apenas entre 1% e 3% desse total continuam com a cobertura original. Essa situação ocorre pela intensa exploração madeireira da araucária, principalmente a que aconteceu na segunda metade do século XX. Por causa desse cenário, a árvore araucária (Araucaria angustifolia) é considerada como criticamente em perigo pela Lista Vermelha das Espécies Ameaçadas de Extinção, da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN). Com base nesse histórico de degradação e nas atuais ameaças à Floresta com Araucárias, como o extrativismo desregulado e a criação de gado dentro da floresta, foi montada uma estratégia de conservação aliada ao modelo econômico regional. O projeto para fortalecer as cadeias produtivas do pinhão e da erva-mate está organizado de modo a reduzir o impacto negativo dessas culturas para o meio ambiente. Além de reduzir a pressão sobre a Floresta com Araucárias, também pretendemos gerar impactos positivos, promovendo a inovação e a agregação de valor a esses produtos, valorizando assim a produção menos impactante à natureza, explica Malu Nunes, diretora executiva da Fundação Grupo Boticário. De acordo com dados de 2011 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil produziu 229.681 toneladas de erva-mate no período, gerando um valor de R$118,049 milhões. Já a produção de pinhão no mesmo período foi de 8.032 toneladas, com um retorno de R$10,955 milhões. O projeto contempla ainda a criação de uma nova instituição, que será um agente articulador e facilitador, e que buscará investimentos para aplicação em novos usos para o pinhão e a erva-mate, além de estimular a produção sustentável dos produtos. Essa instituição será preparada por três anos e será um conector entre os produtores sustentáveis e um mercado diferenciado, mas também entre todos os outros atores envolvidos, como redes de pesquisa e desenvolvimento, investidores e representantes do poder público. O objetivo é promover a inovação nessas cadeias sustentáveis, visando a expandir esses produtos para consumo nacional e internacional, com redução de impactos negativos e a propagação de impactos positivos para a conservação, conclui Marcos Da Ré, diretor do Centro de Economia Verde da Fundação CERTI. (Com informações da Fundação CERTI)

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