O aquecimento do mercado doméstico, a valorização do real frente ao dólar e os baixos preços dos produtos chineses já causam forte impacto no comércio exterior brasileiro, quando o assunto é o número de empresas que atuam na área. De janeiro a maio de 2010, enquanto 301 deixaram de exportar, nada menos do que 3.728 empresas entraram no universo de importadoras, segundo dados divulgados nesta segunda-feira pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). A quantidade de firmas que começaram a importar – de forma geral matérias-primas, intermediários e bens de consumo duráveis, como automóveis – supera as 889 empresas registradas em 2009 e fica próxima à de 2008, quando foram contabilizadas novas 4.214. Entre as razões que justificam o salto deste ano, o secretário de Comércio Exterior, Welber Barral, citou grandes supermercados que passaram a comprar produtos no exterior e empresários que antes usavam tradings para as aquisições lá fora, mas agora importam diretamente do fornecedor. “O aquecimento do mercado interno e o câmbio contribuem de forma significativa para esse cenário”, disse. Segundo a Associação Brasileira das Empresas Exportadoras de Automóveis, o mercado interno está bastante receptivo para marcas esportivas e carros utilitários. Além disso, com a crise no mercado europeu, as empresas automobilísticas buscam alternativas. A entidade informou que acabam de chegar ao Brasil a inglesa Aston Martin, as chinesas Jac Motors e Cherry e a sueca Koenig Segg. Até outubro, virão da China a Great Wall e a Lifan. Para o vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, o Brasil continuará sendo um grande País importador se o câmbio for mantido do jeito que está e nada for feito para que o País deixe de depender só de commodities, cujos preços são cotados em bolsas internacionais. As exportadoras, explicou, acabam desestimuladas, mesmo porque ainda têm de enfrentar a elevada carga tributária.

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