Capacidade de transformar obstáculos em vantagens, uma forte cultura de proteção da propriedade intelectual, investimento na educação superior, criação de um ambiente favorável para os inventores e programas de financiamento que observam várias etapas do ciclo de inovação. Esses são os elementos-chave que levaram Israel a ser conhecida como a nação das startups, apontados por Hananel Kvatinsky, presidente da LES Israel e diretor de propriedade intelectual da empresa israelense Orbotech, na 14ª Conferência Anpei, que terminou nesta terça-feira (29 de abril), em São Paulo. O painel Transformando Propriedade Intelectual em Negócios, do qual Kvatinsky participou, foi promovido pelo Comitê Temático Anpei de Gestão da Propriedade Intelectual. O coordenador do Comitê, Mario Gonçalves, foi o moderador do painel, aberto por Raul Hey, representando a LES Brasil. A LES é uma associação sem fins lucrativos que objetiva a promoção da cultura do licenciamento, com atuação em vários países. Hey apresentou estratégias que as empresas devem adotar para tratar ativos intangíveis, como patentes, marcas, direitos de copyright, entre outros, como ferramentas de negócio e geração de valor. Foram criadas em Israel quase sete mil startups nos últimos dez anos. Entre 2003 e o ano passado, 772 dessas empresas foram vendidas, o que totalizou US$ 41,6 bilhões em recursos. Dois terços do território israelense são ocupados por desertos, o que cria vários problemas especialmente no abastecimento de água. Fizemos um obstáculo se tornar uma vantagem, pois isso levou ao desenvolvimento de muitas tecnologias hídricas, apontou Kvatinsky. Uma delas foi o sistema de irrigação por gotejamento, desenvolvido há mais de 20 anos, e patenteado. A empresa Netafim criou um negócio a partir dessa patente que a levou a exportar mais de US$ 1 bilhão na época. Não dá para fazer algo novo se não há inovação, pontuou. Ele não acredita, porém, ser possível treinar as pessoas para serem inovadoras ou inventoras. Mas podemos incentivá-las, criando um ambiente adequado, acrescentou. Também é preciso investir na educação superior e na conquista da capacidade técnica, que é a base para termos pessoas inovadoras, prosseguiu. Quase metade da população economicamente ativa de Israel tem curso superior. Para Kvatinsky, é preciso proteger as inovações por meio do registro de propriedade intelectual, pensando no que fazer com esse registro se vai comercializar, transferir, licenciar e receber royalties etc, afirmou. Ele comentou ainda que as empresas devem entender ou antecipar as necessidades do mercado, conectando-se aos líderes internacionais do mercado. As empresas israelenses têm acesso à maioria dos grandes líderes mundiais e as empresas multinacionais nos ajudam a fazer a ponte entre nossas companhias e o mundo, ressaltou. Em financiamento, Israel oferece linhas para empreendedores e empresas iniciantes, para projetos genéricos em P&D e para P&D competitivo, focado no desenvolvimento de novos produtos. Um dos programas, o Magnet, apoia plataformas tecnológicas e projetos pré-competitivos nos quais várias empresas cooperam e todas têm direito a utilizar os resultados e a propriedade intelectual é compartilhada. Em 2012, o Magnet recebeu US$ 50 milhões. Em 15 anos de existência, formou quase 15 consórcios. Há também um programa nacional de incubadoras são 24 delas hoje no país. Temos ainda uma vibrante indústrias de venture capital, contou.
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