O físico Carlos Alberto Aragão de Carvalho Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, tomou posse em 27 de janeiro como presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Aragão assumiu a presidência da agência com promessas de manter o trabalho da gestão anterior, chefiada por Marco Antônio Zago, e enfatizar as ações voltadas para o estímulo à inovação no Brasil. Em seu discurso de posse, Aragão destacou que, apesar de ocupar a décima terceira posição no ranking dos países que fazem pesquisas científicas, o Brasil ainda precisa avançar. “Já não nos basta a competência. Precisamos criar, inovar, para, eventualmente, liderar. Falta-nos liderança e protagonismo na ciência. Ainda é limitado o número de nossas tecnologias de sucesso e engatinhamos na inovação”, disse o professor. Em entrevista ao Jornal da Ciência dias antes da posse, Aragão apontou que um dos desafios de sua gestão será tornar o País competitivo internacionalmente. “A cultura de inovação deve ser estimulada para que o Brasil busque, também nesse campo, a posição de liderança que está sendo calcada no mundo”, afirmou. “Podemos aproveitar o potencial da nossa biodiversidade para avançarmos em diversos campos. Mas essa cultura de inovação deve ser estimulada, pois as empresas pagam melhor e empregam gente mais qualificada.” O novo presidente do CNPq ainda enfatizou o desejo de aumentar a agilidade do conselho. “Vamos aprofundar o processo de desburocratização, dando continuidade aos processos de informatização para agilizar o atendimento das demandas”, garantiu. O ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, também ressaltou a importância da inovação e disse que as pesquisas em ciência e tecnologia devem ter como resultado a geração de riquezas para toda a população. E as empresas, segundo ele, têm papel importante nisso. “São os novos produtos que ganham mercado e fazem com que a produção da empresa seja competitiva e resulte em riqueza. Os países que mais geraram riquezas nas últimas décadas conseguiram fazer com que suas empresas fossem inovadoras”, afirmou o ministro. Rezende disse que, nos últimos anos, o número de pesquisas e de pesquisadores aumentou muito no País e que esse aumento se deu em todas as áreas. Ele destacou a agricultura, na qual o Brasil é líder. “Isso por causa da Embrapa [Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária], por conta do nosso grande empresariado. Na área de biocombustíveis, o Brasil tem 20% da produção mundial de pesquisas, mas em todas as áreas está havendo um aumento do número de pesquisadores”. O ministro destacou também que o momento é de boa fase financeira para o setor de pesquisas. Segundo ele, o CNPq conta este ano com o orçamento de R$ 1,5 bilhão para o desenvolvimento de estudos científicos. “É um recurso significativo para o Brasil e a instituição tem uma atuação essencial para o sucesso do Plano de Ação em Ciência, Tecnologia e Inovação 2007-2010. Em seu discurso, o novo presidente do CNPq destacou o apoio da agência de fomento, criada em 1951, no incremento da pesquisa e na formação de cientistas nas diversas áreas do conhecimento. “O CNPq foi fundamental para que o Brasil pudesse contar hoje com quase 200 mil pesquisadores, formar cerca de 10 mil doutores por ano e atingir o décimo terceiro lugar na produção global do conhecimento”, disse Aragão. Em relação às bolsas, o físico afirmou que o desejo é aumentá-las em número e valor, mas que isso depende de outros fatores. “Também esperamos contar com mais parcerias para financiar pesquisas, com empresas e agências, como a Capes e Finep”. O novo presidente do CNPq é graduado em física pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), tem mestrado pela mesma instituição, fez doutorado na Universidade de Princeton (EUA) e pós-doutorado no Centro Europeu de Pesquisa Nuclear, na Suíça, e na Universidade de Paris 11, em Orsay, todos em física das partículas elementares e campos. Aragão tem atuado principalmente nos seguintes temas: teorias quânticas de campos e suas aplicações, teorias quânticas de campos a temperatura finita, métodos semiclássicos em geral, fotônica e plasmônica. Hoje, é professor titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); pesquisador 1A do CNPq; membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC); da Academia de Ciência do Mundo em Desenvolvimento (Twas), e deixou na semana passada a secretaria-geral da 4ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (CNCTI), marcada para maio próximo, em Brasília. Entre seus títulos honoríficos está a Ordem Nacional do Mérito Científico nas categorias Grã-Cruz e Comendador. (Fonte: Agência Brasil e MCT)

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