Cooperação internacional e desenvolvimento tecnológico no Brasil
Como a cooperação internacional pode auxiliar no desenvolvimento tecnológico brasileiro? Este foi o questionamento que levantou um amplo debate no painel “Análise comparativa de sistemas de inovação”, dentro da programação da VII Conferência da Anpei de Inovação Tecnológica, que se encerrou nesta quarta-feira, em Salvador.
No salão principal do evento, cerca de 400 pessoas, entre empresários, gestores de C&T e pesquisadores, conferiram a palestra ministrada pelo pesquisador coordenador do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), Paulo Egler. Seu objetivo foi expor a participação do Brasil no “Framework Programme”, projeto financiado pela União Européia que já se encontra em sua sétima edição.
De acordo com Egler, a inserção do Brasil no Framework Programme é um sinal de que a inovação tecnológica no país caminha a passos largos. Os objetivos principais do Programa são impulsionar a pesquisa, o desenvolvimento e a inovação européia, além de fortalecer a competitividade da indústria européia, mas esta competitividade também pode ser alcançada pelas empresas brasileiras inseridas na iniciativa.
Para integrar o Programa, empresas devem participar dos editais cujos conteúdos são fornecidos pelo próprio CGEE. “É fundamental o entendimento de que a cooperação internacional pode ser uma grande aliada no desenvolvimento tecnológico. O Brasil e a Europa têm longa tradição nesse assunto”, afirmou Egler.
Egler destacou que o Framework Programme, ou Programa-Quadro, é o principal instrumento de financiamento utilizado pela União Européia para apoiar atividades de pesquisa e desenvolvimento. Ele explica que, fazendo parte de uma série de Programas-Quadro multianuais, promovidos pela União Européia desde 1984, o 7º Programas-Quadro (Seventh Framework Programme – FP7) passou por alterações significativas ao simplificar seu funcionamento. “Até a sua sexta versão, o FP6, que foi concluído no final de 2006, os Programas tinham a duração de cinco anos, mas no FP7 a duração aumentou para sete anos, de 2007 a 2013”, completa o pesquisador.