Inovação é um assunto que o empresário sueco Niklas Zennström conhece bem. Criador do Skype, ferramenta que revolucionou o mundo da telefonia e das comunicações, e do Kazaa, site de compartilhamento de música e vídeo cuja menção até hoje causa “arrepios” à indústria fonográfica, Zennström está em busca de companhias com ideias inovadoras para tornar parceira da Atomico, sua empresa de capital de risco, fundada em 2006. E está mirando na América Latina. O motivo? “O crescimento econômico, investimento em infraestrutura e por ter um grande potencial para empresas de tecnologia”, afirma Zennström, 43 anos, que nos últimos dois anos realizou pesquisas sobre mercado latino-americano. O primeiro investimento é o site Cinemaki, na Argentina. A Atomico está concluindo as negociações e deve se tornar sócia minoritária do site, que funciona como um portal colaborativo e uma rede social sobre cinema, que permite ao usuário recomendar filmes a seu grupo de amigos. O valor investido pela empresa de capital de risco não foi revelado. O Brasil também está nos planos de Zennström. Tanto que escalou Geoffrey Prentice, seu amigo desde os tempos de faculdade e primeiro empregado oficial do Skype, para elaborar um projeto local. O executivo, inclusive, está de mudança para São Paulo. Mas segundo Zennström, apesar de sua presença, não há planos para montar um escritório tradicional. “Será apenas uma pessoa que irá prospectar empreendedores”. O criador do Skype afirma que a busca por empreendedores não será uma tarefa fácil, mas acredita que poderá se surpreender com o Brasil. “É um país com grande potencial empreendedor e um povo bastante criativo”, afirma. “E temos condições de ajudá-los a atingir um nível global, não somente com recursos financeiros, mas também com engenharia tecnológica”. Em setembro do ano passado, o Skype foi vendido a um grupo de investidores, que pagou US$ 1,9 bilhão por 65% do negócio. Zennström faz parte do conselho administrativo da empresa e afirma que acompanha os desenvolvimentos da companhia, mas não da mesma forma com que começou o negócio. “Há pessoas competentes lá”, diz sem entrar em mais detalhes. “Mas continuo usando a ferramenta como sempre”, disse Zennström, que, no entanto, não abre mão de seus iPhone, BlackBerry e Nexus One. (Fonte: Época Negócios)