Será um ano difícil para investir em inovação no setor industrial brasileiro. Ao que tudo indica, 2015 sofrerá com os respingos da baixa produtividade do ano passado, que de acordo com o levantamento divulgado no dia 3 de fevereiro pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), teve um dos desempenhos mais baixos dos últimos cinco anos. Na avaliação da entidade, empresários do setor produtivo terão a tarefa de desenvolver projetos inovadores em um ambiente hostil para a indústria nacional. “A inovação é uma atividade que olha muito mais para o futuro, uma atividade de risco, e o ambiente que a gente se encontra agora favorece pouco a tomada de risco. Evidentemente que as empresas não deixam de inovar, só que elas vão reduzir seu investimento destinado a inovação”, afirmou o gerente da Unidade de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco. Segundo os dados apresentados pela Confederação, as horas trabalhadas na produção, o faturamento real do setor e o emprego na indústria deixaram o ano passado com um balanço negativo em comparação com 2013. O emprego fechou o ano com uma queda de 0,7%, o pior desempenho do mercado de trabalho industrial desde 2009. As horas trabalhadas caíram 3,7% e o faturamento recuou 1,8%. “Tivemos dificuldade de competitividade, o investimento se retraiu, com uma fraca demanda de consumo, por isso o desempenho do setor em 2014 ficou bastante negativo. Para 2015, o momento ainda não está muito mudado. Na verdade, a expectativa de que a economia brasileira demonstre alguma reação é relativamente distante”, esclareceu Branco. O gerente aponta como uma saída em curto prazo o governo oferecer mais estímulos ao setor produtivo. Por exemplo, aplicando as novas receitas oriundas do aumento dos tributos em empreitadas que estimulem a inovação. “O ambiente de recessão que observamos na indústria dificulta os projetos de investimento. As empresas têm poucos incentivos para inovar”, comentou. “Para a empresa investir ela precisa confiar, por isso que é tão importante a retomada da confiança”, ressaltou. A expectativa da CNI é que a partir do segundo semestre deste ano a situação do setor industrial esteja um pouco mais equilibrada, com uma distância razoável dos efeitos causados pela baixa produtividade em 2014. “Mas não se pode perder a perspectiva no longo prazo em termos de inovação, porque essa é uma variável crucial nos ganhos de produtividade e de mercado”, pontuou. Quando questionado se os empresários deveriam investir em inovação somente a partir do segundo semestre deste ano, Flávio Branco respondeu: “vamos dizer que sim, mas não podemos desestimulá-los a pensar assim agora”. (Agência Gestão CT&I)

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