A demanda por financiamentos para tecnologia e inovação é muito maior do que a Finep esperava para este ano: foram R$ 68 bilhões em demanda, contra uma oferta de R$ 32,9 bilhões anunciada em março. Uma das razões para o aumento da demanda, no caso da própria Finep, é que o tempo necessário para a contratação do crédito para os projetos foi drasticamente encurtado. Em 2010, diz Glauco Arbix, presidente da Financiadora, chegava a 452 dias, e atualmente é de no máximo 30 – isso ajudou a elevar também o número de empresas que se cadastraram na Finep: foram 1.114 nesse período, mais do que o total cadastrado nos 46 anos de existência do órgão. Arbix diz que não há uma resposta imediata para a demanda: “O Brasil não tem um sistema que ofereça investimentos em médio e longo prazos para pesquisa e desenvolvimento, e infelizmente é assim no mundo inteiro”. Bancos privados, por exemplo, não financiam iniciativas desse gênero, porque o risco é muito alto, diz ele. Conseguir financiamento nem sempre é o principal problema em pesquisa, desenvolvimento e inovação, observa o professor do Departamento de Política Científica e Tecnológica do Instituto de Geociências da Unicamp, Ruy Quadros, que coordena o curso de “Especialização em Gestão Estratégica da Inovação Tecnológica”, cujo objetivo é capacitar profissionais já experientes a mobilizarem conhecimento e competências tecnológicas para criar novos produtos, processos, serviços e negócios. Os grandes problemas são justamente aqueles tratados no curso: “Os alunos precisam de uma visão integrada desde a gestão do projeto em nível micro, passando pela visão estratégica, planejamento de tecnologia, indo até a visão do sistema de P&D no Brasil”, explica o Quadros. Taíla Lemos, diretora da empresa de biotecnologia Gentros, de Campinas, associada da Anpei, acha que pequenas e médias empresas de base tecnológica não devem buscar apoio em financiamentos públicos por muito tempo: “Empresa que vive de fomento não cresce”, afirma ela, com a experiência de quem preferiu apostar em parcerias para conseguir recursos. “O ideal é que o dinheiro de fomento seja utilizado no início, para minimizar riscos”, diz Taíla. Muitos dos recursos que ela menciona são na verdade o acesso a laboratórios de empresas maiores, onde há os equipamentos e os especialistas de que a Gentros precisou em vários momentos. Com a ampliação das parcerias, houve também a aproximação de investidores que resolveram apostar na empresa e ajudaram a sustentar o desenvolvimento dos primeiros produtos: três moléculas para serem utilizadas na indústria farmacêutica veterinária, que em 2014 devem render à Gentros perto de R$ 1,5 milhão em faturamento. (Com informações do Valor Econômico)

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