Avaliação de impacto capaz de mensurar o retorno dos investimentos é fundamental para garantir o futuro dos programas socioambientais. À medida que o conceito de sustentabilidade evolui entre as organizações e aumentam os investimentos sociais privados, a resposta à clássica pergunta quanto a minha empresa ganha com isso? parece se tornar mais complexa. Com os projetos socioambientais sendo incorporados às estratégias de negócio, não é mais suficiente avaliar seus resultados apenas pelas boas intenções dos colaboradores e da própria empresa. Da mesma forma com que se preocupa em avaliar o ciclo de vida de cada produto, as companhias precisam fazer o mesmo em relação aos seus projetos e programas socioambientais, de modo a garantir o impacto social e o retorno institucional para suas marcas. Por conta disso, a avaliação de impacto se tornou uma ferramenta fundamental por possibilitar a mensuração do retorno de cada real investido, não só para a imagem da empresa, mas para a sociedade. É possível, por exemplo, mostrar claramente ao investidor a valorização profissional de um jovem antes ou depois de passar por um programa de capacitação; mensurar em reais a variação de produtividade de um agricultor antes e depois da incorporação de novas práticas de manejo socioambiental, ou o retorno econômico proporcionado por um funcionário com melhores hábitos nutricionais ou de atividade física. Porém, para que a avaliação de impacto alcance este nível de exatidão, são necessárias duas mudanças por parte de empresários e gestores. Em primeiro lugar, é necessária uma nova concepção sobre a avaliação de impacto socioambiental. Mais do que apenas um mecanismo de controle das etapas dos projetos ou uma forma de verificação de metas de atendimento previstas, uma avaliação de impacto socioambiental permite três níveis de análise: 1) custo-eficácia, 2) custo-benefício e 3) eqüidade. No primeiro nível, avalia-se a variação dos recursos financeiros, humanos e de infra-estrutura, cobertura e desempenho dos participantes. No segundo nível analisa-se o valor (em dinheiro) que o mercado quantifica para a mudança de comportamentos ou acesso a serviços sociais proporcionado pelo programa social. Já a eqüidade é medida pela capacidade do projeto mapear e atender aos públicos realmente necessitados, reduzindo diferenças sociais. Em segundo lugar, é necessário dispor de uma metodologia de avaliação capaz de oferecer índices e indicadores confiáveis em relação aos três níveis de análise citados, principalmente para programas de âmbito regional ou nacional. Esta metodologia também precisa ser flexível para abarcar diversos programas socioambientais e garantir um bom potencial de assimilação para que os gestores das empresas as reproduzam com mínimo apoio externo. Estes são os principais desafios dos gestores de projetos e programas socioambientais para que as expectativas dos investidores. Diante de um cenário recessivo previsto para 2009, em que projetos e orçamentos estão sendo revistos, suspensos ou cortados, a adoção e a implementação de um modelo de avaliação de impacto que atenda a critérios científicos vai se constituir no fiel da balança entre continuar ou não patrocinando projetos sociais privados no Brasil. Rodrigo Laro é coordenador de aliança de parcerias público-privadas, coordenador de pesquisa e avaliação de impacto social da John Snow Brasil. (Fonte: HSM Management)

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