Diferenciar ciência e tecnologia da inovação é essencial, diz Borelli
O presidente da Anpei, Hugo Borelli Resende, participou no dia 2 de agosto, em São Paulo, de um seminário na Feira de Negócios em Inovação Tecnológica entre Empresas, Centros de Pesquisa e Universidades (Inovatec), no qual defendeu a idéia de que diferenciar ciência e tecnologia da inovação é essencial, tanto para o pesquisador como para o empresário. “A ciência e a tecnologia, desenvolvidas nas universidades, ocorre quando se quer descobrir um conhecimento que não se tinha anteriormente”, afirmou, segundo a Agência Fapesp. “Na inovação, a palavra-chave continua sendo o novo, mas o foco não é mais o conhecimento, mas sim a criação de um produto ou processo novo. Para isso, podemos usar qualquer conhecimento, seja ele adquirido em 1800 ou em 2007.”
Resende lembrou que a inovação, em sua maioria esmagadora em termos de esforço, é feita dentro da empresa. Raramente um produto inserido no mercado de forma facilitada foi inteiramente elaborado dentro da universidade. De acordo com ele, a inovação pode estar inserida tanto em um novo produto para comercialização como em um novo processo a ser usado internamente pela empresa que o criou, como um software de análise estrutural que permitirá o aumento de competitividade da companhia.
Resende, que é cientista-chefe da Embraer responsável pela transferência de conhecimentos entre universidades e a empresa, disse também que as empresas, em especial as micro e pequenas, não fazem pesquisa e sim desenvolvimento. E, segundo ele, os projetos inovadores têm mais valor para essas empresas se forem executados em parceria com a universidade. “Pesquisa é uma atividade realizada para gerar novo conhecimento e, por isso, deve ser realizada na universidade”, reforçou.
No caso das empresas, como o objetivo é vender produtos para gerar faturamento, os desenvolvedores são os engenheiros, biólogos e físicos que vieram da universidade e estão pensando na criação de novos produtos. “Esses devem inovar e ter conhecimento suficiente para aplicar os resultados do que foi desenvolvido”, disse. Segundo ele, por uma questão de competitividade global, grandes empresas, como a IBM e a Microsoft, ainda investem em pesquisa básica dentro de suas instalações, “mas isso é cada vez menos comum nas companhias”.