O presidente da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), Fernando Figueiredo, afirmou que as empresas do setor investem pouco em tecnologia, o equivalente a apenas 0,7% das vendas. Nos Estados Unidos, informou, esse montante fica em torno de 1,5%; na Europa, acima de 2%, e no Japão, além de 4%. “A gente precisa fazer um esforço para os empresários químicos investirem mais em ciência e tecnologia”, reconheceu. A importância da inovação na indústria química foi o tema de uma reunião realizada no dia 11 de junho pela Frente Parlamentar de Ciência, Tecnologia, Pesquisa e Inovação da Câmara dos Deputados. O gerente setorial do BNDES, Felipe Pereira, disse que o nível de investimentos no País aquém ao de outras nações é consequência do tipo de atividade industrial instalada aqui. “A capacidade atual é muito focada para as commodities, ou seja, produtos caracterizados por larga escala e baixo valor. Companhias que fabricam e vendem esses artigos tendem a investir menos em pesquisa e desenvolvimento”, diagnosticou. Pereira ressaltou que o plástico é um exemplo de material fabricado e comercializado em larga escala no Brasil que exige baixa tecnologia. Já os cosméticos são o oposto: exigem grande investimento em pesquisa e têm alto valor agregado. O investimento em inovação, apontaram os debatedores, é também necessário para aumentar a participação mundial do Brasil no setor químico. Atualmente, o País ocupa o sexto lugar no planeta, com US$ 152 bilhões (acima de R$ 300 bilhões) de faturamento. A meta da Abiquim é chegar à quinta posição em 2020. Para isso, seria preciso aumentar o faturamento em US$ 138 bilhões (cerca de R$ 280 bilhões). “Não existe nação forte sem indústria química”, sentenciou Figueiredo. A previsão de crescimento está em parte calcada na expectativa de produção de petróleo na camada do pré-sal. Petróleo e gás natural são a base da indústria química. O setor químico no Brasil responde por 2,6% do PIB. As maiores empresas do mundo desse segmento estão instaladas no território nacional. Entretanto, 1/3 do mercado brasileiro é de produtos importados. A razão, conforme Figueiredo, é que custa 25% mais caro investir aqui do que na Ásia e 10% mais do que nos Estados Unidos. O saldo da balança comercial do setor está em queda. Nos últimos 10 anos, o déficit passou de US$ 6 bilhões (aproximadamente R$ 13 bilhões) para US$ 30 bilhões (cerca de R$ 64 bilhões). “Se tivéssemos reduzido o deficit da balança, poderíamos ter gerado cerca de 60 mil empregos”, disse Figueiredo. (Com informações da Agência Câmara)

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