Do FNDCT, só R$ 174 milhões vai para a indústria
Durante o Fórum Nacional, evento realizado em meados de maio na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no Rio de Janeiro, o ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, defendeu as ações do atual governo de fomento à tecnologia, afirmando que entre 2003 e 2005 a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) aprovou 483 projetos de interesse da indústria, totalizando R$ 174 milhões.
O diretor geral da Protec, Roberto Nicolsky, que esteve presente no evento, argumentou que, nesse período, a arrecadação do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) foi da ordem de R$ 5 bilhões, o que mostra que “os projetos de interesse da indústria” não chegaram a 4% do total do que foi arrecadado.
“Mais de 96% dos recursos arrecadados ou financiou o contingenciamento, em violação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), ou foi para projetos sem qualquer interesse para as indústrias, os acadêmicos”, disse Nicolsky em um comunicado no informativo eletrônico da Protec. “O próprio conceito de ‘interesse’ merece ser avaliado, pois os recursos não vão para a indústria, mas para uma entidade acadêmica, e a indústria ainda deve dar outro tanto, a título de ‘contrapartida’, para a mesma entidade. Enquanto isso, o artigo 19 da Lei de Inovação (No 10.973/2004) continua sem qualquer verba”, acrescentou.