Uma nova modalidade de bioquerosene de aviação, produzida a partir de leveduras geneticamente modificadas, será testada no voo de um jato da Embraer no primeiro semestre de 2012, possivelmente durante a conferência ambiental Rio+20. A informação foi dada por representantes da própria Embraer e da Amyris, detentora da tecnologia de produção do combustível, durante o seminário Combustíveis Alternativos para Aviação, realizado em São José dos Campos (SP). A levedura é a mesma usada na fermentação do pão ou da cerveja, disse ao Inovação Unicamp Luciana Di Ciero, diretora da Amyris, empresa de origem americana que mantém instalações no Techno Park de Campinas. Só que, modificada geneticamente, ela produz um produto, o farneseno, que além de ser um combustível em si, também pode ser modificado quimicamente para dar origem a vários produtos, como bioquerosene de aviação. O insumo consumido pela levedura é o açúcar, que pode ter qualquer origem desde o açúcar de cana ao que poderá, eventualmente, ser produzido a partir de celulose, como esperam os pesquisadores que desenvolvem os chamados biocombustíveis de segunda geração. Em sua apresentação durante o evento, Alexandre Tonelli Filogonio, engenheiro de Desenvolvimento de Combustíveis Alternativos da Embraer, lembrou que a ênfase atual nas pesquisas de biocombustíveis para aviação envolve a busca pelos chamados drop-in, produtos de origem renovável que sejam parecidos, em suas propriedades químicas e físicas, com querosene de aviação de origem fóssil, de modo que possam ser usados nos aviões já existentes, sem a necessidade de adaptações na mecânica ou na performance dos aparelhos. Já existem duas tecnologias, aprovadas por órgãos reguladores internacionais, para a produção de bioquerosene de aviação, usada numa mistura com pelo menos 50% de querosene de aviação de origem fóssil. Se aprovada, a versão da Amyris será a terceira. O mais complicado é a certificação, disse Luciana. Estamos prevendo o final do processo para 2015 ou 2016. Também durante o evento, o CEO e diretor técnico da Curcas Diesel Brasil, Claudio Eberling, apresentou a Plataforma Brasileira de Bioquerosene de Aviação, uma iniciativa que reúne a Curcas, a Embrapa Bioenergia e a Associação Brasileira de Produtores de Pinhão-Manso (ABPPM). O grupo pretende ter, até 2014, uma unidade de produção de biocombustíveis, incluindo biodiesel e bioquerosene de aviação, já implantada e em operação no Sudeste brasileiro. A Plataforma Brasileira contempla a pesquisa para o aprimoramento das plantas que poderão servir de matéria-prima com ênfase no pinhão-manso (Jatropha curcas) , o processamento, o refino, a logística e a chegada ao consumidor final. (Com informações do Inovação Unicamp)

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