Em artigo publicado no jornal Folha de S. Paulo empresário defende necessidade de incentivos para empresas que investem em ciência e tecnologia País. Abaixo, o artigo na íntegra: A vida de empresário mostrou-me quão grande é o impacto que investimentos em ciência e tecnologia (C&T) têm sobre uma empresa e um país. Vejam o caso da Finlândia, onde, graças a tais investimentos, uma empresa que fazia botas de borracha e cabos elétricos tornou-se líder mundial na produção de celulares (Nokia). Ou o da Coreia do Sul, que, apostando na educação tecnológica de seu povo, alcançou tal riqueza que em nada lembra o país que emergiu arrasado da guerra com o Norte, em 1953. Aqui, estamos longe de dar ao tema a atenção merecida. Não que a situação seja de todo má: é justo reconhecer os aportes feitos pelo Estado brasileiro no setor. Estes geraram, por exemplo, a Embrapa, talvez a melhor empresa de pesquisa agropecuária do planeta. Mas ainda é pouco. Segundo o Banco Mundial, o Brasil investe só 1,02% de seu PIB em pesquisa. E, no último levantamento do Fórum Econômico Mundial, ficamos na 59ª posição em um ranking de 175 nações que conseguem aproveitar novas tecnologias para aumentar a eficiência de suas economias. O investimento em C&T é vital para aumentar o valor agregado de nossas exportações, hoje ancoradas em commodities minerais e agrícolas. Aliás, também só continuaremos líderes nestes setores se, com o uso de ciência aplicada, formos capazes de prosseguir melhorando nossa produtividade no campo e no subsolo. É o caso do pré-sal. Não se extrai óleo de rochas a tal profundidade sem trabalhadores especializados e tecnologia de ponta. A Petrobras já é capaz de explorar o pré-sal, mas precisa melhorar a rentabilidade da operação. E para isso a empresa e o Brasil terão de investir ainda mais em ciência e tecnologia no setor. Aliás, louve-se a iniciativa do governo federal de decidir que parte dos ganhos com o petróleo do pré-sal vá para um fundo voltado à educação, ciência e tecnologia. Lembremos, porém, que há outras barreiras, além da financeira, para o desenvolvimento da C&T no País. Uma delas é a legislação sobre o tema, que precisa ser atualizada. Outra questão são os tributos. É preciso haver incentivos às empresas que investem em C&T. É má ideia cobrar impostos sobre os valores que uma companhia aplica em pesquisa. Devemos estimular as empresas a fazê-lo, não puni-las com mais encargos. Por fim, o Brasil precisa qualificar seus recursos humanos na área. Há no País menos de dois pesquisadores para cada grupo de mil trabalhadores ocupados. Em ciência e tecnologia, homens e mulheres instruídos e motivados são o que há de mais importante. (Fonte: Folha de S. Paulo)

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