Durante o debate de consolidação dos painéis matinais do Momento Fapesp, que aconteceu no primeiro dia da 14º Conferência Anpei de Inovação Tecnológica, realizada no ExpoCenter Norte, em São Paulo, representantes de startups, instituições de pesquisa e de fomento à inovação ressaltaram a importância da troca de experiências e da confiança mútua entre os players do mercado. Também chamaram atenção para o mercado internacional e para a importância da disseminação da cultura da inovação. É preciso que a cultura da inovação seja apropriada pelo setor público, pelo setor privado e pela academia, afirmou Cassio Spina, do Fundos Anjo, entidade que apoia projetos na área. Para ele, é importante também que os players trabalhem juntos para evitar a criação de estruturas rígidas de gestão, que acabam atrapalhando o desenvolvimento de negócios inovadores. Já para Sérgio Risola, da Cietec Incubadoras, a confiança e a interdisciplinaridade são bases fundamentais para a criação de ecossistemas de inovação. A grande riqueza deste processo é colocar em um mesmo ambiente experts em várias áreas. Quando colocamos juntos engenheiros, biólogos, agrônomos, filósofos e outros experts, as possibilidades se ampliam. Risola chama atenção também para a melhoria dos marcos regulatórios institucionais. A Lei da Informática é um bom exemplo de marco que funciona. Precisamos que a Lei do Bem e a Lei da Inovação funcionem também, acredita. Ele se refere a dois marcos legais criados em 2004 e 2005 que, na sua opinião, ainda não alcançaram a meta de se tornar ferramentas efetivas no incentivo do empreendedorismo inovador. O problema é que a Lei não é pensada com a cabeça do empreendedor, mas do burocrata, afirma Juliano Seabra, da Endeavor. Ele afirma que empreendedorismo inovador implica em levar em conta a meritocracia. Para Sérgio Queiroz, da Fapesp, projetos de sucesso no empreendedorismo de inovação têm de levar em conta aspectos como visão de negócios e competência. É preciso olhar para o mercado internacional, ressalta Queiroz. Igor Santiago, da I.Systems, afirma ainda que é preciso desfazer o mito brasileiro de que a ambição é algo ruim. No Brasil, ter ambição ainda é feio. Mas acho que temos é de estimular a ambição. E fazer tudo dentro da lei, sem atalhos, com competência e dedicação, incentivando essas qualidades desde a educação básica, prega. Para Alexandre De Sene, da Bug Agentes Biológicos, é importante ter um ideal. Trabalhar movido por um ideal é fundamental. Não dá para criar uma empresa realmente inovadora sem um ideal. Se o objetivo último for só dinheiro, fica faltando alguma coisa. Dinheiro é consequência, crê. Igor Santiago concorda. Empreendedores de startups têm de estar preparados para ganhar menos, dedicar suas vidas às empresas e saber que elas têm 90% de chances de dar errado, resume. Sérgio Queiroz, da Fapesp, chama atenção para a ideia equivocada de que o fracasso desestimula a inovação. O fracasso não pode ser um estigma. Tem de ser o caminho para o empreendedor alcançar êxito da próxima vez.

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