Mais de 2 mil líderes empresariais, parlamentares e representantes do governo se reunirão nesta quarta (11) e quinta-feira (12) para o 10º Encontro Nacional da Indústria (ENAI), realizado no Centro Internacional de Convenções do Brasil, em Brasília (DF). O evento, promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), pretende estimular o debate entre os atores do Executivo, Legislativo e do setor produtivo com objetivo de buscar soluções para superar a crise e retomar o crescimento econômico do Brasil. Entre os convidados estão os ministros do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, que fará parte da apresentação do evento, e o da Fazenda, Joaquim Levy, para falar sobre os desafios atuais da economia brasileira. O ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton encerrará o 10º ENAI na quinta-feira (12). Neste ano o tema será “Brasil: Ajustes e Correção de Rota”. Segundo o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, o reequilíbrio das contas públicas é indispensável para a recuperação da economia. “O Brasil precisa fazer mudanças estruturais para enfrentar de uma vez por todas a questão do déficit público. Não dá mais para aumentar impostos”, destaca Andrade. Na avaliação da CNI, o ajuste fiscal só terá efeito sobre a economia se for combinado com uma agenda voltada à redução dos custos de produção e ao aumento da produtividade. A confederação reuniu 120 medidas de baixo impacto fiscal que podem ser implementadas em paralelo ao ajuste das contas públicas. A expectativa da indústria é que o Poder Executivo e o Congresso Nacional superem as divergências políticas e estabeleçam uma pauta que recoloque o país na rota do crescimento. Segundo a CNI, as empresas também precisam fazer sua parte propondo soluções para os obstáculos ao crescimento e aperfeiçoando a gestão das empresas para aumentar a produtividade e os investimentos em inovação. Bill Clinton O ex-presidente dos Estados Unidos trará a experiência de seus oito anos de governo, quando impôs uma rigorosa contenção de gastos públicos e colheu como fruto a maior expansão econômica da história americana no pós-guerra, incluindo a geração de 22 milhões de empregos. “A experiência que o Bill Clinton nos traz é preciosa. Durante seus dois mandatos, ele tomou a difícil decisão de cortar gastos do governo no início, mas colheu bons resultados”, disse o diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Abijaodi. “Reconhecemos que o Brasil é um país diferente, mas o caso dos Estados Unidos nos mostra que se eles conseguiram enfrentar e sair de várias crises ao longo da história recente, nós também conseguiremos, com as decisões certas, na hora certa. ” Realizado anualmente desde 2006, o ENAI discute grandes temas nacionais e propõe ações capazes de criar um ambiente mais favorável aos investimentos e estimular o desenvolvimento do Brasil. (Agência Gestão CT&I, com informações da CNI)