Quatro casos de empresas capixabas que fizeram sucesso com base em inovação ganharam destaque durante o workshop Sebrae-Anpei, na manhã desta segunda-feira (3/6). O evento abriu as atividades da XIII Conferência Anpei, realizada em Vitória. Representantes da Janus Technology, da Zaruc Tecnologia e Automação, da Columbia Tecnologia e da Aplysia Tecnologia mostraram como conseguiram se destacar no mercado a partir da inovação em produtos e processos de diferentes áreas e aplicações. De acordo com o diretor da Janus , Chris Patel, a empresa, que opera na área de tecnologia da informação, iniciou suas atividades em 2008, em Vitória, e logo percebeu que havia uma lacuna no mercado: oferecer um serviço de monitoramento remoto para aplicações de missão crítica – isto é, um sistema capaz de monitorar serviços e processos cuja paralisação ou perda de dados podem levar a grandes prejuízos financeiros e sociais. “A partir de uma pesquisa de mercado, vimos nessa lacuna uma oportunidade. Ninguém tinha uma solução para monitoramento em missão crítica, a não ser soluções de automação que eram caras demais”, disse Patel. A Janus, então, desenvolveu um sistema próprio de monitoramento remoto (24 horas, sete dias por semana) inteligente, integrado e modular para aplicações de missão critica. Segundo Patel, em 2009, a empresa já conquistou seu primeiro cliente. Em 2011 foi lançada a segunda geração do servidor. “A inovação é para nós uma necessidade. Crescemos de acordo com os novos desafios dos nossos clientes”, declarou. Rubens Carlos Cortes, diretor da Zaruc, apresentou uma solução elaborada para as distribuidoras de energia elétrica. A empresa capixaba, que desenvolve soluções inovadoras em automação, criou um sistema que estabelece comunicação sem fio para a leitura de dados nas unidades de consumo. Isso evita que o funcionário da companhia elétrica precise ter contato visual com o medidor das residências. “O nosso sistema elimina a interferência humana no registro de dados de consumo, agiliza o processo de leitura e dispensa a entrada no imóvel do cliente”, afirmou Cortes. Segundo Cortes, a Zaruc iniciou suas atividades como empresa incubada no Núcleo Incubador Serra (NIS), da Incubadora de Empreendimentos de Base Tecnológica do IFES. “Nosso produto é um conceito – o TAD, ou transferência automática de dados – de melhoria do processo que queremos aplicar em outros mercados, além do setor de distribuição de energia elétrica. Estamos trabalhando na adaptação para áreas como gás e água”, disse Cortes. Uma tecnologia para o setor de óleo e gás, desenvolvida pela Columbia Tecnologia, foi apresentada pelo diretor da empresa Capixaba, Gerlyson Pegoretti. De acordo com ele, em 2000, a empresa começou a fornecer à Petrobras pequenos tanques para armazenamento de petróleo. “Em uma das visitas à Petrobras nos chamou a atenção a necessidade de aprimorar uma tecnologia capaz de filtrar o arenito da área que se encontra em torno dos reservatórios quando se produz petróleo”, contou Pegoretti. Segundo ele, quando começa a produção de óleo, é preciso injetar água nos reservatórios e o arenito se solta, gerando um problema. “Fizemos a pesquisa com custeio próprio e conseguimos desenvolver tubos com rasgos finíssimos, capazes de filtrar o arenito. Essa tecnologia de tubos rasgados foi aperfeiçoada e adaptada às necessidades da Petrobras, que, antes de começarmos a produzir, precisava importar os tubos rasgados, conhecidos como sloted liner”, disse Pegoretti. A Aplysia é especializada em monitoramento e consultoria ambiental. A diretora técnica de inovação, Tatiana Furley, apresentou uma tecnologia desenvolvida pela empresa capixaba para avaliação ambiental. Com 16 anos, a empresa trabalhava, até 2008, com projetos extremamente especializados e inovadores para empresas que queriam fazer estudos ambientais de alto nível. Mas em 2009, com a crise financeira, a empresa criou um setor de serviços e produtos, além do setor de diagnósticos e soluções. “A Petrobras queria implementar há 10 anos um projeto de monitoramento ambiental e nos descobriu em um congresso científico na Argentina. Temos trabalhado também com colaboradores dos Estados Unidos, Canadá, Itália e Nova Zelândia e ganhamos dez prêmios em áreas técnicas e de gestão”, disse. Segundo ela, a empresa já treinou 45 mil pessoas e trabalhou com mais de 8 mil amostras de monitoramento. “Inovar faz parte do DNA da empresa, que busca sempre desenvolver produtos diferenciados para os clientes. São Cerca de cinco novos produtos por ano. Também geramos muita inovação na área de gestão”.