O ritmo do desenvolvimento tecnológico cria novos desafios ao mercado de engenharia, seja no campo da formação ou no da produção. Segundo o presidente da Confederação Nacional de Engenharia (Confea), José Tadeu da Silva, hoje existem mais de 300 títulos de engenharia, um número que tende a crescer nos próximos anos. “A expectativa do mercado mundial é de que as dez engenharias que serão essenciais daqui a dez anos ainda não foram criadas”, diz. Ele conta que a expectativa estratégica do Japão, que exporta inovação, é de que em 2030, 60% do PIB virão de produtos que hoje ainda não foram inventados. “Esse cenário não aceita um currículo engessado como o nosso. É preciso flexibilizá-lo”, argumenta. No que é seguido pelo diretor de inovação da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Paulo Mol. A proposta em discussão, oferecida tanto pela indústria quanto pelo Confea, é criar uma matriz única, que pode ser complementada por uma eleição de disciplinas feitas pelo próprio aluno, de acordo com a área de interesse e as competências que deseja obter. A vice-diretora do Centro de Ciências Exatas e Tecnologia da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Sheyla Mara Baptista Serra, diz que todos os cursos de engenharia do País foram revisados em 2005, para redistribuição das disciplinas básicas e inclusão de programas práticos nos primeiros anos. “Atendemos à sugestão dos próprios alunos, mas alguns professores acham que falta maturidade de aprendizado”, afirma. A Escola Politécnica da USP também passa por mudanças profundas no currículo de seus cursos, que deverão facilitar o trânsito dos alunos pelas diversas modalidades da engenharia, formando profissionais mais generalistas e um pouco menos especialistas. A nova grade valerá a partir do próximo ano e será implementada aos poucos. O fraco ensino de matemática nos ciclos fundamental e médio é a principal causa apontada para evasão outro grande problema dos cursos de engenharia. E as universidades já trabalham para resolver a questão, dando reforços e trazendo matérias mais básicas para os primeiros anos. Outra causa da evasão é o financiamento do período de estudo, longo no caso da engenharia e sem possibilidade de se conciliar trabalho e estudo como ocorre com outras carreiras. “Estamos testando a concessão de bolsas de estudo, para financiar alunos que não têm condições financeiras para bancar o curso de graduação”, diz Mol. Ele conta que há quem defenda o mesmo processo dos cursos de medicina, que preveem um período de residência, para os estudantes aplicarem, sob supervisão, o que aprenderam . “Muitas vezes os engenheiros chegam às indústria imaturos e com dificuldades de se adaptar ao ambiente funcional.” (Com informações do O Estado de S. Paulo)

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