A maior agência financiadora de pesquisa médica do mundo, os Institutos Nacionais de Saúde (NIH) do governo federal americano, anunciou um investimento de US$ 12,7 milhões (R$ 28 milhões) em nove grupos de pesquisa que estudarão drogas desenvolvidas pela indústria farmacêutica, mas depois abandonadas. O objetivo é determinar se esses compostos podem vir a ser úteis no tratamento de doenças diferentes das que tinham sido criadas para tratar. Em nota, os NIH lembram que o processo de desenvolvimento de novas drogas é lento, caro e que a taxa de fracasso é alta superior a 95%. Essa taxa de fracasso significa, porém, que muitos compostos existentes e parcialmente desenvolvidos podem chegar aos ensaios clínicos mais rapidamente do que se começassem do zero, diz a agência. A iniciativa de testar as drogas, que já se provaram seguras para o uso em seres humanos, mas que foram abandonadas, é do NCATS, ou Centro para o Avanço das Ciências Translacionais, órgão financiado pelos NIH. Cederam compostos para os novos estudos as companhias AbbVie (antiga Abbott); AstraZeneca; Bristol-Myers Squibb; Eli Lilly; GlaxoSmithKline; Janssen Research & Development; Pfizer; e Sanofi. Parte da iniciativa envolveu a criação de um modelo de contrato que permite a rápida negociação entre empresas e acadêmicos. Parcerias público-privadas são fundamentais para a translação bem-sucedida, disse, por meio de nota, o diretor do NCATS, Christopher P. Austin. Nenhuma organização, sozinha, tem como ser bem-sucedida. Cada grupo de pesquisa financiado testará a eficácia de um composto selecionado contra uma doença ou condição. Entre as doenças contempladas estão alcoolismo, tabagismo, Alzheimer, condições que afetam as artérias e esquizofrenia. A ideia de buscar novos usos para drogas abandonadas também já foi abraçada pelo Reino Unido, que no ano passado estabeleceu uma parceria semelhante com a AstraZeneca. A ideia, no entanto, tem seus críticos. O ex-executivo encarregado de pesquisa e desenvolvimento da Pfizer, John LaMattina, escreveu, numa postagem de blog no site da revista Forbes, que a própria criação do NCATS foi controversa, já que o financiamento do novo centro poderia comprometer verbas que, de outra forma, seriam destinadas à pesquisa básica. Sobre a possibilidade de a iniciativa atual dar certo, LaMattina escreveu: Espero que as pessoas tenham sucesso com esse tipo de trabalho. Mas acredito que o sucesso será raro. (Com informações do Inovação Unicamp)

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