O excesso de controle governamental sobre a iniciativa privada afeta o desenvolvimento de empresas e o aumento da produtividade no Brasil. A afirmação foi feita por Ozires Silva, presidente do Conselho de Administração da Anima Educação e Reitor do Centro Universitário Unimonte. De acordo com ele, o trabalho conjunto entre indústria e Estado pode ser benéfico. “A junção de poder público com o setor privado, quando bem feita, faz com que os produtos brasileiros ganhem espaço lá fora”, disse, citando o caso da Embraer, empresa que ajudou a fundar, em 1969. As afirmações foram feitas durante o “Fórum Digitalização: Soluções para um Brasil mais competitivo”, que a Folha promoveu nesta segunda-feira (28), no Tucarena, em São Paulo. Para Silva, o aumento da produtividade no país passa por estimular a iniciativa privada a empreender, o que ainda depende da atualização de leis, e de um aceno do setor público à tecnologia. “Empreender no Brasil é uma dificuldade, não existe segurança jurídica. É preciso construir um sistema que possa apoiar startups, e um instrumento para isso, claramente, é a educação”, afirmou. Além de Silva, participaram do debate acerca dos ganhos de produtividade na indústria do futuro o fundador da Nutrimental e presidente do Conselho Superior de Inovação e Competitividade da Fiesp, Rodrigo Rocha Loures, e o diretor de Tecnologia da Informação da Ambev, Sergio Vezza. Durante sua participação, Loures afirmou que a falta de organização entre os setores da sociedade afeta a produtividade no país. “O que limita o aproveitamento das nossas capacidades é a forma como está organizado o governo, a empresa, a universidade, por exemplo”, disse. “Nós temos que rediscutir as nossas organizações. Fundamentalmente, é isso o que tem que acontecer. Nós temos que multiplicar por cinco a produtividade no país.” Segundo Vezza, a tecnologia não precisa ser complexa para alterar as formas de produção nas empresas. A Ambev, afirmou, estimula os funcionários a utilizar medidas tecnológicas simples para melhorar os processos de produção. “Usamos a tecnologia para resolver um problema crítico. Nós não estimulamos as pessoas a buscar coisas complexas, mas, sim, a mudar os processos. A remuneração das pessoas está muito atrelada a metas, desempenho. E hoje, todas as pessoas têm espaço para trazer algo inovador”, afirmou. (Folha de S. Paulo)

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