A China ficou conhecida por falsificar Viagra, bolsas Prada e até carros. Na Índia, não existia política de patentes e o setor de genéricos explodiu, enquanto o Brasil lançava uma guerra pela flexibilização da propriedade intelectual. Esse era o cenário mundial até poucos anos atrás. Hoje, com a expansão das multinacionais dos países emergentes, o setor privado dessas economias começa a mudar de posição e dá sinais de ganhar gosto por patentes. A realidade começa a desafiar o discurso combativo de muitos dos governos dos países emergentes, ameaçando com quebra de patentes e acusando o sistema de prejudicar seus interesses. Pequim ainda é o centro da falsificação mundial. Mas, ao mesmo tempo, a China já registra 200 mil patentes industriais, 800 mil marcas por ano e suas empresas estão entre as que mais registram marcas e patentes pelo mundo. Hoje, as empresas chinesas superam em registros de marcas vários países europeus e mesmo o Japão, centro da inovação nos anos 80 e 90. O registro internacional de patentes brasileiras dobrou entre 2005 e 2009, enquanto Índia e Rússia também vêem um avanço importante no registro de patentes. Outros emergentes começam a ganhar gosto pelas patentes, como Coreia do Sul e Turquia. Com uma expansão das empresas dessas economias para o cenário internacional, muitas entenderam que precisam começar a proteger suas marcas. Segundo dados da Organização Mundial de Propriedade Intelectual (Ompi), a China já é o oitavo país que mais marcas registrou no mundo em 2009, superando pela primeira vez o Japão. Mudança de tendência Em cinco anos, 7 mil marcas chinesas foram registradas, em um sinal diferente da tendência do país de apenas participar do comércio mundial por meio de produtos falsificados. Além de marcas, a China registrou mais de 7,9 mil patentes industriais em 2009 e já superou a França e o Reino Unido. Hoje, a China é a quinta economia que mais registra patentes no mundo. Entre 2008 e 2009, os chineses aumentaram os registros em 29,7% e uma de suas empresas, a Huawei Technologies, é a segunda maior responsável por patentes no planeta. Sozinha, a empresa tem mais de 1,8 mil patentes registradas apenas em 2009. A Huawei só é superada pela Panasonic, do Japão. No setor de marcas, a chinesa Zhejiang Medicine Company foi a quarta empresa que mais registrou no cenário internacional, superando empresas tradicionais como L”Oréal, Bosch, Siemens, Pfizer e Nestlé. “Vamos ver a China cada vez mais usando o sistema (de registro de marcas)”, afirmou Francis Gurry, diretor da Ompi. A China ainda é o local onde empresas de todo o mundo mais pedem para ter suas marcas registradas. A Rússia vem em segundo lugar, seguida pelos Estados Unidos. No geral, o registro de marcas caiu 16% no mundo diante da recessão em 2009. Mas países emergentes como a Coreia do Sul apresentam crescimento de 33% no ano. A Índia, com suas novas multinacionais e ofensiva no cenário internacional, deve passar a fazer parte do sistema de registro mundial de marcas neste ano, assim como a Colômbia. O México deve aderir em 2012. No caso brasileiro, o Governo aceitou o tratado, mas o projeto está parado no Congresso. No ranking geral de registros de patentes industriais, o emergente mais bem colocado é a Coreia, em quarto lugar, com 8 mil novas patentes em 2009. A liderança ainda é dos EUA, que registraram no ano passado 45,7 mil patentes, quase 30% de todos os registros existentes em 2009. (Fonte: O Estado de S. Paulo)

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