As entidades de pesquisa, desenvolvimento e inovação (EPDIs) do Brasil poderão perder 66% da força de trabalho até 2020. Os dados constam no documento elaborado pelo Fórum Nacional das Entidades Sindicais da Carreira de Ciência e Tecnologia entregue, no dia 4 de abril, ao presidente da Frente Parlamentar de Ciência, Tecnologia, Pesquisa e Inovação (FPCTPI), o deputado Izalci (PSDB-DF), durante a realização da primeira reunião do grupo, em Brasília (DF). De acordo com o representante do fórum Sérgio Rosim, um dos principais problemas que criaram este cenário é a falta de concursos públicos para o setor. A má reposição de pessoal gera atraso, o que pode dar fim a vários projetos das instituições. O Inpe [Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais], por exemplo, há 24 anos contava com 1,6 mil funcionários. Hoje, possui 1.045, quando, na verdade, precisa de 2,1 mil servidores. Há aumento de demanda por serviços, mas não existe recursos humanos suficientes para tocar todos os projetos. Se o quadro não mudar, áreas inteiras podem desaparecer, inclusive setores de renome da instituição, como a de geoprocessamento, relata Rosim, que é tecnologista sênior da instituição. O Instituto de Pesquisas Nucleares (Ipen) sofreu uma redução de 39% no número de funcionários entre 1993 e 2012. Atualmente, a instituição conta com 951 empregados, sendo que 364 deles estão em idade de se aposentar. Segundo o documento, a entidade poderá perder, até 2020, cerca de dois terços da força de trabalho. Uma saída provisória das instituições é a utilização de mão-de-obra de bolsistas, fruto de parcerias com entidades de fomento, como o CNPq e a Finep, para o desenvolvimento dos projetos. A solução, no entanto, sofre com a descontinuidade, por causa do tempo limite dos custeios, que giram em torno de dois anos. Segundo Rosim, é fundamental a imediata abertura de vagas para a contratação de pessoal, apesar dos profissionais recém-saídos da universidade não estarem capacitados para trabalhar em áreas mais complexas. É necessário um período de maturação que envolve longas especializações, como mestrado e doutorado, que geralmente duram de seis a oito anos. Para o deputado Izalci, o salário também é um entrave porque está defasado. O último reajuste foi em 2008. Há uma carência de profissionais capacitados no mercado. Se não melhorarmos a remuneração, nem dermos condições de trabalho ideal aos profissionais, ninguém optará pelo setor, ressalta. (Com informações da Agência Senado)

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