Com a piora da instabilidade econômica, a agência de financiamento do Governo do Estado de São Paulo, Desenvolve SP, registrou queda de 23% no valor total de financiamentos concedidos para pequenas e médias empresas, além de prefeituras, em 2015, se comparado com o ano anterior. No total, a agência ofereceu R$ 353 milhões em 2015 contra R$ 464 milhões em 2014. A quantidade de novos contratos também caiu, passando de 320 há dois anos para 196 em 2015. Segundo o presidente da Desenvolve SP, Milton Luiz Santos, um dos motivos para o resultado negativo foi a queda da quantidade de solicitações de novos contratos. Os empresários estão com mais receio de tomar dinheiro emprestado para fazer novos investimentos. A retração do PIB, a desvalorização do câmbio, o aumento da inflação e as incertezas no cenário político são algumas das causas. Além disso, a agência se tornou mais rigorosa na análise das propostas. Há setores que estão sofrendo mais com a crise, por isso precisamos ser mais cautelosos para não perder os recursos emprestados, disse. A retração de crédito para as empresas levou o setor público a receber a maior parte dos financiamentos, 37% do total. Os recursos são empregados na melhoria da infraestrutura dos municípios paulistas, como asfaltamento de ruas, troca de iluminação pública, implantação de ciclovias e construção de distritos industriais. O setor de serviços e indústria receberam, respectivamente, 30% e 29% do total de financiamentos. A Desenvolve SP foi criada em 2009 com capital de R$ 1 bilhão. Desde então, a agência já concedeu financiamentos para 1,4 mil empresas e 250 municípios. Inovação A crise, porém, não freou os investimentos em projetos inovadores. De acordo com a Desenvolve SP, o crédito concedido para inovação passou de pouco mais de R$ 5 milhões em 2014 para R$ 23 milhões em 2015 quase cinco vezes mais. Começamos a buscar empresas em setores como tecnologia da informação, biotecnologia e nanotecnologia, diz Santos. O apoio da agência a startups pode se dar de duas formas: via financiamento, com taxas de juros mais atrativas que as do mercado; ou pela aquisição de participação societária na empresa. A agência se torna sócia da startup com participação minoritária. É preciso incentivar as empresas com faturamento limitado que não têm fôlego para pagar os juros cobrados pelo mercado, diz o presidente da Desenvolve SP. De acordo com Santos, a agência até o momento já investiu em cerca de 35 startups e seu patrimônio em fundos de investimento chega a R$ 530 milhões. Para 2016, a meta é de expansão. Acreditamos que a economia vai se fortalecer com empresas que estão investindo em desenvolvimento e inovação. No ano passado, empresas com este perfil ficaram com 7% do montante desembolsado. Para o professor de administração da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Newton Campos, a tendência de investir em empresas inovadoras independe da crise econômica brasileira. É uma tendência mundial. O momento de hiperconcorrência do capitalismo faz com as empresas tenham que inovar. Ele vê de forma positiva o investimento crescente de instituições públicas em startups. Em países como o Brasil, historicamente, oligopólios controlavam o desenvolvimento da inovação. Agora qualquer jovem pode inovar e afetar o faturamento das grandes empresas. (O Estado de S. Paulo)

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