A qualidade do vento, a elevada quantidade de dias no ano em que o sol brilha no Brasil e o subsídio dos empréstimos do BNDES estão atraindo cada vez mais projetos de geração de energia elétrica alternativa. Exemplo disso é o grande número de empreendimentos inscritos para o próximo leilão de energia do governo baseados nessas fontes. De acordo com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), dos 784 projetos inscritos no leilão de compra de energia para 2016 ano no qual os projetos deverão estar prontos , 629 são de empreendimentos de energia eólica e 119 de energia solar 95% do total. O leilão está marcado para 18 de novembro. Apenas uma hidrelétrica foi inscrita (para gerar 45 megawatts, considerada de baixa potência), além de 16 pequenas centrais termelétricas, duas termelétricas a biogás, 15 a biomassa e duas a gás natural. Ao todo, a oferta será de 19.413 megawatts pouco mais do que a usina de Itaipu, a maior do país, é capaz de gerar. Este vai ser o primeiro leilão a oferecer energia elétrica a ser produzida a partir do sol, e que vai testar o mercado com a oferta de 109 projetos (2.729 megawatts) a partir de painéis fotovoltaicos, o tipo mais conhecido no país, e, também, 10 do tipo héliotérmico que gera vapor a partir do calor do sol para mover a turbina de uma usina térmica. O fator decisivo será o preço do leilão, que será conhecido apenas no edital que será publicado um mês antes da oferta. Assim como a energia eólica no início da sua implantação, em 2009, o custo da energia solar poderá ser um obstáculo para a construção dos projetos, segundo especialistas. No caso da eólica, atualmente a energia já é competitiva inclusive com hidrelétricas. No último leilão de energia eólica, realizado no dia 23 de agosto, o preço da energia do vento saiu em média a R$ 110,51/MWh, abaixo do preço obtido no leilão de energia para 2018 (A-5), realizado em 29 de agosto, cuja média de preços ficou em R$ 124,97/MWh para projetos de usinas hidrelétricas e térmicas. O pulo do gato, explicam agentes do setor, foram os subsídios dados pelo BNDES aos projetos eólicos. “Estamos no Brasil porque temos a vantagem do BNDES apoiando, não tem no mundo banco apoiando tanto setor eólico”, disse o gerente geral de energias renováveis Jean Claude Robert, em palestra na Brazil Windpower. A evolução da indústria eólica foi tão rápida no Brasil, que hoje já corresponde a 0,85% de toda a energia produzida no país. A energia nuclear, que vem sendo gerada desde a década de 1980, por exemplo, hoje corresponde a 2,18% do total de energia gerada no país. Além de conceder taxas mais vantajosas para os projetos de parques eólicos, o BNDES passou a exigir nos financiamentos, desde o ano passado, aumento de conteúdo nacional nos equipamentos, a exemplo do que ocorre no setor de petróleo, o que vem incentivando a indústria de fornecedores nacionais. Com o tempo, diz o gerente comercial da WEG, João Paulo Silva, os equipamentos vão se tornar mais competitivos no país e no longo prazo é possível se pensar em exportações a partir do Brasil. “Com a mudança das regras do BNDES muitos [fornecedores] saíram, mas os que ficaram vão gradativamente conseguir uma vantagem competitiva. Difícil saber se vai ser competitiva para exportar, mas com o tempo e com os incentivos poderemos ser exportadores”, avaliou. No caso da energia solar, o BNDES vem desenvolvendo junto com a Finep e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) o Plano Inova Energia, destinado a redes elétricas inteligentes, energia solar, eólica, veículos híbridos e eficiência energética veicular. Lançado em abril e ainda em fase de implantação, o orçamento do Inova será de R$ 3 bilhões, dos quais R$ 600 milhões da Aneel, R$ 1,2 bilhão do BNDES e R$ 1,2 bilhão da Finep (estatal que financia projetos de inovação). No momento, o banco público tem duas linhas disponíveis para energias renováveis, que poderiam ser acionadas para projetos de energia solar. O Fundo Clima com taxa fixa de 1,1% mais 0,9% de spread (taxa adicional do banco que repassará o empréstimo), além da taxa de risco do projeto, analisada caso a caso e a linha para energias alternativas, ao custo de TJLP (taxa de básica do BNDES, de 5% ao ano) mais 0,9% de spread, além da taxa de risco do projeto. (Com informações da Folha de S. Paulo)

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