O Brasil quer aprender com a experiência da China, que investe quase 2% do PIB em pesquisa e desenvolvimento e colocou a inovação no centro do Plano Quinquenal para o período 2011-2015, disse o ministro da Ciência e Tecnologia, Aluizio Mercadante, em Pequim integrando a missão oficial brasileira na China. Em sua opinião, sem uma estratégia clara para inovação, o Brasil tende a ser um exportador de produtos primários, como minério de ferro, petróleo e soja, e importador de bens de alto valor agregado. “Ou nos acomodamos em ser exportadores de commodities ou enfrentamos a agenda da inovação.” A situação se agrava mais ainda com a clara estratégia chinesa para a inovação, que leva ao aumento constante do valor agregado de sua pauta de exportações. Mercadante deu outros números para mostrar a disparidade entre exportar commodities e bens de alta tecnologia: o Brasil precisa vender 21,5 mil toneladas de minério de ferro para comprar uma tonelada de semicondutores, um dos principais produtos que o país importa da China. No caso da soja, a relação é de 1.700 toneladas para uma. Mercadante ressaltou que o Brasil já tem produtos de alta tecnologia para vender para a China, entre os quais estão os aviões da Embraer e os ônibus da Marcopolo. O problema é que as duas empresas enfrentam barreiras para entrar no mercado local, que refletem a política industrial chinesa de dar prioridade aos produtores nacionais. Mercadante e outros representantes brasileiros da área de ciência e tecnologia se reúnem nesta terça-feira, 12, com seus pares chineses para definir áreas de cooperação para desenvolvimento de projetos conjuntos em ciência e tecnologia. Trata-se do mais importante encontro do tipo já realizado entre os dois países e a intenção é que as discussões gerem medidas concretas, a primeira das quais já vai ser anunciada na visita: a criação do Centro Brasil-China de Nanociência e Nanotecnologia. Os setores identificados pelos dois lados para possível cooperação são: energias renováveis, nanociência, tecnologia da informação, tecnologias agrícolas e ciências espaciais. Todas foram declaradas como estratégicas pela China no Plano Quinquenal 2011-2015 e em algumas delas o Brasil já obteve progressos, como tecnologias agrícolas e energias renováveis. (Com informações de O Estado de S. Paulo)

Av. Prof. Almeida Prado, 532
Prédio 53 – Butantã – 05508-901
Comunicação: comunicacao@anpei.org.br
Gabriela – +55 11 98886-6581
relacionamento@anpei.org.br
© 2024 ANPEI - Todos os direitos reservados.