O governo pretende lançar um programa de incentivo ao desenvolvimento de veículos elétricos no País. Segundo o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, o programa trará recomendações ao governo no sentido de viabilizar o desenvolvimento da tecnologia e disseminar seu uso. A inserção do carro elétrico foi tema de um dos painéis do XXII Fórum Nacional, realizado no Rio. Foi consenso entre os participantes que o Brasil está atrasado em relação a países desenvolvidos. Em dezembro, o governo criou um grupo de trabalho com representantes dos ministérios da Fazenda, do Desenvolvimento, de Ciência e Tecnologia, do Meio Ambiente e das montadoras para iniciar as discussões sobre a questão. Segundo Barbosa, uma das idéias do grupo é seguir, no mercado automotivo, modelo de benefício fiscal concedido a geladeiras com menor consumo de energia. “Vamos instalar um sistema de etiquetagem compulsória de veículos, indicando o consumo de cada um”, informou. A partir dessa classificação, os carros terão tabelas diferenciadas de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Hoje, o carro elétrico tem alíquota superior a outras categorias (25%). A idéia é promover uma redução gradativa de IPI, até que chegue ao mesmo nível dos veículos bicombustíveis ou até menor, disse Barbosa. Ele frisou, porém, que o movimento deve ser feito em ritmo lento, para evitar inundação do mercado por carros importados. “Tem de ser num ritmo que incentive a produção nacional”, explicou. Nesse sentido, o programa que será anunciado vai propor também investimentos em pesquisa e desenvolvimento, com a criação de um centro de tecnologia automotiva, com função semelhante à que tem a Embrapa na busca por novas tecnologias agropecuárias. O governo também quer incentivar o desenvolvimento de um motor híbrido com eletricidade e biocombustíveis. Outra proposta será usar as compras governamentais para criar demanda pelos veículos híbridos. Nesse caso, a medida deverá envolver governos estaduais e municipais, que são os responsáveis pelo transporte público. Uma última proposta é a inclusão da tecnologia no planejamento energético nacional, que terá de pensar soluções de infraestrutura para atender a nova demanda. Neste último quesito, Barbosa lembrou que o crescimento do consumo de energia é pequeno. Estudos da hidrelétrica de Itaipu indicam que, se 10% dos carros brasileiros fossem movidos a energia elétrica, a demanda adicional de energia seria de 0,2%. São necessários, porém, pontos de abastecimento com voltagem superior a 220 volts para que o carregamento das baterias não dure muito tempo. Ajuda governamental. Em visita ao Brasil no mês passado, o presidente mundial da Renault/Nissan, Carlos Ghosn, assinou convênio com o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, para estudos de viabilidade de infraestrutura para carros elétricos. Ghosn disse que nenhum país conseguirá adotar a tecnologia sem ajuda governamental. Os países que apostam nessa tecnologia já estão anunciando subsídios às empresas e aos consumidores. Os Estados Unidos, por exemplo, vão disponibilizar 22,2 bilhões para pesquisa e desenvolvimento para carros elétricos, além de descontos aos compradores. A França anunciou US$ 2,2 bilhões para projetos e a Alemanha, 600 milhões. (Fonte: O Estado de S. Paulo)

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