IBGE divulga resultados da Pintec 2005
Entre 2003 e 2005, os gastos das empresas industriais brasileiras com inovação aumentaram de 2,5% da receita líquida para 2,8%. Os dados são da Pesquisa de Inovação Tecnológica (Pintec 2005), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), com o apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), e divulgada no último dia 31. O número de empresas inovadoras também cresceu, passando de 28.036 para 30.377, um aumento de 8,4%. A participação delas no total das empresas industriais, no entanto, manteve-se praticamente a mesma, passando de 33,3% para 33,4%.
Isso ocorreu porque das 33 atividades industriais pesquisadas, 12 diminuíram os investimento em inovação, a maioria constituída pelas que concentram forte presença de empresas de menor porte (10 a 49 empregados). É justamente o segmento que mais influi na média nacional, por representar 79,4% do universo pesquisado. A pesquisa mostra que dessas 12 atividades que diminuíram o ritmo inovativo, nove concentram 64% das empresas inovadoras de 10 a 49 pessoas: vestuário e acessórios, produtos alimentares, produtos do metal, máquinas e equipamentos, artigos do mobiliário, artigos de borracha e plástico, produtos da madeira, têxtil e produtos diversos.
Os dados da Pintec mostram ainda que o maior número de empresas inovadoras está entre as de médio e grande porte. Naquelas com mais de 500 empregados, por exemplo, o percentual de inovadoras passou de 72,5%, em 2003, para 79,2% em 2005. Segundo o IBGE, a inovação compreende a adoção de produtos ou processos novos nas empresas, originais ou não, e para o mercado doméstico ou internacional. A pesquisa revelou também que 35,3% das empresas industriais inovadoras são do Estado de São Paulo e que elas respondem por mais da metade (55,6%) do total do gasto industrial em inovação em todo o país.
Pela primeira vez a Pintec incluiu no levantamento as empresas de serviços de alta intensidade tecnológica (telecomunicações, informática e prestadoras de serviço de P&D), o que levou à mudança do nome do estudo, que antes se chamava Pesquisa Industrial de Inovação Tecnológica. Somando os dois tipo de empresas, as industriais e as de serviço, o número das que fizeram inovação tecnológica em produto ou processo chega 32.795 (30.377 das primeiras e 2.418 das segundas). Nas empresas de telecomunicações, a taxa de inovação foi de 45,9%; nas de consultoria em software, 77,9%; nas de outras atividades de informática, 49,6%, e nas de pesquisa e desenvolvimento, 97,6%.
A pesquisa de IBGE também procurou investigar os motivos que fizeram com que muitas empresas não investissem em inovação tecnológica. De acordo com o que foi apurado, os principais obstáculos para inovação apontados pelos empresários foram os elevados custos, os riscos econômicos excessivos e a escassez de fontes de financiamento. Dentre as 180 empresas inovadoras do setor de telecomunicações, por exemplo, 67,8% reclamaram da existência de problemas e obstáculos à inovação. No setor de informática, esse resultado foi mais reduzido (43,9%), ao passo que entre as 41 instituições de P&D o índice chegou a 75,6%.
No setor industrial 34,3% das empresas inovadoras afirmaram terem enfrentado problemas e os elevados custos da inovação (76,8%) continuam sendo os mais significativos (para 76,8% das pesquisadas), vindo a seguir os riscos econômicos excessivos (74,7%) e escassez de fontes de financiamento (58,6%).
Mais informações: http://www.ibge.gov.br/home/