Devido ao contexto econômico brasileiro, até 2005 as empresas nacionais investiam em novos empreendimentos quase que exclusivamente pela necessidade de novos negócios e geração de renda. A partir daquele ano esse quadro começou a mudar e pesquisas recentes já mostram que, hoje, os empresários empreendem mais por oportunidade e menos por necessidade. “Quando se empreende por oportunidade, a taxa de mortalidade de empresas nascentes, com até dois anos de vida, cai significativamente e mais empresários conseguem se manter no mercado. No Estado de Minas Gerais, por exemplo, essa taxa reduziu de 40% nos últimos anos para os atuais 22% de empreendimentos que morrem nos primeiros anos de vida”, disse Anízio Dutra Vianna, da Unidade de Acesso à Inovação e Tecnologia do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) em Minas Gerais, durante a mesa-redonda “Empreendedorismo Tecnológico x Propriedade Intelectual”, que aconteceu na Reunião Regional da SBPC em Lavras (MG) no final do mês de setembro. Por outro lado, com base na experiência de Vianna junto às micro e pequenas empresas apoiadas pelo Sebrae, oportunidade, muitas vezes, tem se caracterizado pela cópia de tecnologias de outras empresas, sobretudo nos setores que mais inovam no País, como os de eletroeletrônicos, biotecnologia e tecnologias da informação e comunicação. O Sebrae movimentou, apenas via Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), algo em torno de R$ 15 milhões nos últimos três anos para o apoio a micro e pequenas empresas inovadoras dessas e outras áreas. “Mais do que modificar a cultura da inovação no Brasil, com a atividade de pesquisa ocorrendo em grande parte dentro das empresas, precisamos acabar com a cultura da cópia. Ainda temos muitos empresários que simplesmente copiam inovações e lançam produtos semelhantes no mercado, competindo apenas pelo fator preço”, disse. Uma das grandes oportunidades da instituição, disponíveis para as empresas brasileiras e apresentada por Vianna na reunião, é o Programa Sebrae de Consultoria Tecnológica (Sebraetec), que incentiva projetos inovadores que se proponham a transformar pesquisas básicas em produtos ou processos com viabilidade técnica e econômica. O programa partilha até 70% dos custos do projeto, ficando o restante sob responsabilidade da empresa assistida. Paulo Lemos, coordenador de Empreendedorismo e Pré-incubação de Projetos da Inova Unicamp, a agência de inovação da Universidade Estadual de Campinas, disse que boas oportunidades de negócio para empresas de base tecnológica ocorrem em ambientes que “não fazem oposição entre empreendedorismo tecnológico e propriedade intelectual”. Para ele, uma das soluções para aumentar a inovação nas empresas é nos inspirarmos no modelo americano de inovação, em que 70% das tecnologias são licenciadas para pequenas empresas ou start ups criadas especificamente para absorver a novidade que foi protegida. “As grandes empresas não são mais as principais receptoras do licenciamento das novas tecnologias”, explicou. “E o Brasil deverá seguir esse modelo de crescimento do empreendedorismo baseado em conhecimento protegido por patentes, principalmente entre as pequenas e médias empresas”, disse. Nos Estados Unidos, explicou o docente, além dos escritórios de transferência de tecnologias que fazem a gestão das oportunidades de negócio, a nova tendência são os centros de provas de conceitos que estão se especializando em prover financiamento para que a pesquisa básica seja prototipada e ganhe projeção industrial mais rapidamente. (Fonte: Jornal da Ciência) NOTA DA ANPEI A Anpei defende o aumento de opções e de recursos, bem como o alinhamento de mecanismos públicos voltados para apoiar os empreendedores em estágio inicial, para mitigar riscos inerentes aos produtos e processos inovadores. Além disso, a entidade também pleiteia o estímulo à criação de novas linhas de apoio e fomento para o desenvolvimento de projetos pré-industriais, incluindo plantas piloto, de demonstração e industriais pré-competitivas, entre outras.

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