Equipes do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento da Petrobras (Cenpes) e do Laboratório de Materiais de Construção Civil, do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), desenvolvem estudos e simulações sobre comportamento de pastas de cimento sob diferentes condições marinhas na área do pré-sal. Trata-se do projeto intitulado “Estudos de hidratação e caracterização de pastas de cimento Portland – classe G (próprio para cimentação de poços) submetidas a diferentes condições de exposição e cura”. O coordenador dos trabalhos no IPT é o responsável pelo laboratório, o pesquisador Valdecir Angelo Quarcioni. Segundo Valdecir, o objetivo do estudo é conhecer os mecanismos de endurecimento das pastas de cimento na presença de sais e de gás carbônico, abundantes nas condições do pré-sal. Por exemplo, no campo gigante de Tupi que localiza-se a 300 quilômetros do litoral na Bacia de Santos, a sete quilômetros de profundidade e guarda o óleo de alta qualidade sob uma camada de rocha salina com dois quilômetros de espessura. O Cenpes faz as formulações e as simulações com as pastas. Já o IPT analisa os dados de desempenho obtidos, o que é fundamental, pois esse cimento estrutura o poço em que se introduz a sonda, ligando a plataforma offshore ao reservatório de óleo e gás. Essa lama de cimento veda e dá estabilidade estrutural ao poço. O projeto envolve competências do IPT nas áreas de química do cimento – em que o instituto tem grau de excelência – e de petrografia. Quarcioni explica que a rocha salina do pré-sal é uma mistura de minerais com predominância de cloreto de sódio, potássio e magnésio. São rochas higroscópicas que, ao serem expostas ao ar livre, absorvem água e liquefazem. Mas, sob a pressão e o confinamento do fundo do mar, ficam estáveis. “Buscamos respostas sobre o comportamento do cimento em contato com a água do mar, a rocha salina e o gás carbônico contido no poço, e garantir que o cimento endureça com propriedades adequadas. O procedimento empregado em tecnologia de cimentação de poços é injetar pasta de cimento pelo tubo da sonda que, ao entrar em contato com a enorme pressão no interior do poço, retorna pelas laterais preenchendo os vazios entre a tubulação da sonda e a rocha salina”, comenta. “Dividimos os estudos em três linhas, ou seja, hidratação de cimento, determinação de sais solubilizados pela pasta de cimento e estudos de carbonatação para verificar quanto as pastas endureceram ou deterioraram na presença de gás carbônico. O projeto da Petrobras prevê injetar gás carbônico retirado da atmosfera nos poços, para forçar a saída do petróleo sob pressão e manter estoques do gás do efeito estufa nos vazios dos poços, explica Quarcioni. (Fonte: IPT)

Av. Prof. Almeida Prado, 532
Prédio 53 – Butantã – 05508-901
Comunicação: comunicacao@anpei.org.br
Gabriela – +55 11 98886-6581
relacionamento@anpei.org.br
© 2024 ANPEI - Todos os direitos reservados.