O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) do Estado de São Paulo desenvolveu e patenteou uma resina biodegradável usando o hidrolisado do bagaço de cana. O desafio, agora, é atrair parcerias do setor privado para alavancar a pesquisa e produzir o plástico de bagaço de cana em escala comercial, segundo Filomena Rodrigues, responsável pelo Laboratório de Biotecnologia Industrial do Núcleo de Bionanomanufatura do IPT. Até o momento, disse ela, nenhuma empresa quis assumir o risco de investir nessa pesquisa, cujo produto pode ser utilizado na produção de todos os tipos de embalagens plásticas. A pesquisa precisa de investimentos para produção em escala de uma maneira economicamente viável, acrescentou. Filomena concorda que a demanda pelo plástico biodegradável ainda é modesta, já que esse é um produto usado por grupos específicos, sob a influência do apelo socioambiental. O custo do produto sustentável também inibe a demanda, pois ainda não consegue concorrer com os de plásticos convencionais. O plástico petroquímico é três ou quatros vezes mais barato do que o biodegradável. O diferencial do plástico biodegradável é o prazo de sua decomposição no meio ambiente, de até seis meses, no máximo, ao contrário da resina convencional (produzida com petróleo) que leva até 200 anos para se decompor na atmosfera. No processo de fabricação do plástico de bagaço de cana de açúcar é preciso hidrolisar (quebrar) o bagaço para fazer açúcar que, posteriormente, é consumido por uma bactéria que depois resulta nesse tipo de resina. Paralelamente aos estudos do plástico de bagaço de cana, os pesquisadores do IPT estudam também produzir outras variedades de plásticos verdes utilizando outros tipos de resíduos (de biodiesel de soja e mamona) e de alimentos. As empresas que se interessarem por qualquer projeto de plástico biodegradável podem receber subsídios concedidos pela Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii). (Com informações do Jornal da Ciência)