Na praia de Bitupitá, a 546 km de Fortaleza, pesquisadores do laboratório farmacêutico Cristália e das universidades federais do Rio de Janeiro e do Ceará se dedicam a estudar pepinos-do-mar. Sonham com uma descoberta científica que poderá melhorar a vida de pacientes com trombose e representar um salto tecnológico para o país. Depois de uma década fazendo cópias para produzir genéricos ou similares de medicamentos existentes, alguns laboratórios como Cristália, Biolab e Libbs, entre outros começam a se destacar pelo investimento em inovação. Em parceria com universidades e com apoio da Finep, do Ministério da Ciência e Tecnologia ou do BNDES, esses laboratórios investem de 2% a 8% do faturamento em pesquisa de longo prazo, que podem durar entre 7 e 10 anos e sem garantia de sucesso. A maior parte das pesquisas é incremental, mas algumas dezenas são mais sofisticadas e poderão dar origem a patentes. São as semirradicais ou radicais. A Cristália afirma ter criado a primeira molécula radical brasileira embora concorrentes afirmem que se trata de uma inovação semirradical. A pesquisa durou sete anos e deu origem ao Eleva, um concorrente do Viagra. “Existe um Brasil que acordou para a inovação no campo farmacêutico”, diz Roberto Debom, diretor de pesquisa da Cristália, que investiu no ano passado R$ 47 milhões em pesquisa. O valor equivale a 7,5% do faturamento, de R$ 630 milhões. A tentativa de desenvolver um anticoagulante a partir do corpo do pepino-do-mar é apenas um dos 15 projetos de inovação radical em desenvolvimento pela Cristália, que tem 123 pesquisadores e 2.100 funcionários. A concorrente Biolab tem três pesquisas radicais em andamento. Uma para a disfunção erétil, que neste ano deve entrar na fase de testes com humanos (pesquisa clínica). “Em julho de 2013 o produto deve chegar ao mercado”, diz o presidente, Dante Alario Jr. As outras duas são um exemplo das dificuldades enfrentadas pelos pesquisadores. Em parceria com o Instituto Butantã, a Biolab investiu em um analgésico de veneno de cobra, mais potente que a morfina, e uma droga para asma a partir do veneno de carrapato. Mas as pesquisas estão paradas há três anos por falta de garantias legais sobre propriedade intelectual. “Com as mudanças na direção do instituto, vamos retomar as pesquisas, e acredito que dentro de quatro anos as duas drogas devem chegar ao mercado”, diz Alario Jr. (Com informações da Folha de S. Paulo)

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